O que há de melhor? (Instigando o Desejo de Melhorar)
Claudeci Ferreira de Andrade
Você já comeu sem sentir vontade, comendo até ficar cheio, mas sem prazer? Pois, é exatamente o que sinto em ministrar a sexta aula de Língua Portuguesa, por semanas a fio, na mesma sala por falta de um horário de aula bem elaborado.
O primeiro passo rumo a um ano letivo promissor é corresponder com as necessidades minimamente básicas. Muitos professores em toda parte estão ingerindo sem prazer alguma comida estragada, servida assim por incompetência de alguns no sistema educacional. Tenho dito: não podemos terminar bem se começamos mal; não se termina certo se se começou errado.
Os três pilares que sustentam uma educação ideal a meu ver, primeiro organização gestora, depois conteúdo adequado e por último um vasto material didático atualizado. Esses pilares estão atraindo todo indivíduo da comunidade escolar para que enfrente as verdadeiras questões deste tempo de crise educacional e dê sua contribuição competente.
Você professor tem desejo de alguma coisa melhor do que aquilo que conhece atualmente? Em caso afirmativo, então isso prova que nem tudo está perdido, há uma partícula ígnea de competência que lhe dá esse desejo. Quer esteja disposto admiti-lo ou não; quer o identifique dessa maneira, ou não; esse desejo é dado pelo bom senso de responsabilidade inerente em qualquer pessoa normal. Ele está lhe coagindo. Está impulsionando seu coração, sua vida, sua mente para fazer o que é preferível.
Tal desejo não será satisfeito se apenas ocupamos alguma função no sistema. Há uma grande diferença entre ter um cargo de destaque e ser profissional. Há uma diferença entre conhecer os preceitos e conhecer a realidade. Pode haver uma grande lacuna entre submeter-se às formas exteriores, mostrar o regimento escolar e verdadeiramente conhecer as necessidades reais para um respeitoso funcionamento das engrenagens do sistema.
Não somos professores por acaso. Nosso potencial é assombroso! Entretanto, muitas vezes decidimos tão pouco, nós que fomos destinados a partilhar o saber, conservamo-nos pouco acima dos animais, enquanto deveríamos ser um pouquinho abaixo dos anjos. Temos de ir deliberadamente contra esta forte vocação de deslizar para a escória da humanidade. Embora tenhamos ingressado no sistema educacional precisamos conservar o princípio que Deus colocou dentro de nós: o desejo de melhorar.
Cientificamente, agora sabemos que o alimento digerido sem sabor não é utilizado pelo corpo na mesma extensão que o alimento consumido com prazer. Sem critério jamais poderemos ser felizes. Afinal, não somos criados para guardar as boas coisas só para nós!