NOSSA LÍNGUA PORTUGUESA

Como muitas outras línguas (italiano, francesa, espanhola, romeno, grego, etc.) a “NOSSA LÍNGUA PORTUGUESA” deriva-se do Latim, mas diferente de todas essas, a nossa é a mais difícil de escrever, aproveitando a crônica - “Falar é fácil” - do nosso colega José Claudio/BH do Recanto das Letras, a tarefa de escrever corretamente com o nosso idioma depende muito da dedicação e da afinidade da pessoa com as letras.

Procuremos viajar um pouco pela história do nosso Brasil, voltemos ao descobrimento (neste caso é descobrimento mesmo, e não descoberta), quando os portugueses por aqui chegaram, relativamente perdidos, ao desembarcarem de suas naus encontraram no novo território, habitantes até então desconhecidos e com uma maneira estranha de se comunicar (havia algumas centenas de línguas e dialetos), ali precedia a nossa insipiência com a nossa língua.

Com o fatídico episódio da nossa história, o “tráfico negreiro”, que muitos tentaram suprimir e até certo modo com a indulgência da igreja católica da época, onde homens e mulheres prostrados, temerosos com os seus destinos que agora estava nas mãos de alguns seres que em hipótese alguma poderiam ser considerados humanos, uma outra nova língua chegava a nova terra.

Naquele momento emergia, da mistura de tantas línguas, um complicado processo de interação por meio da fala, de norte a sul, de leste a oeste, e principalmente na faixa litorânea, onde se concentrava a maioria dos habitantes, Tupi-guarani, os dialetos africanos, o português, o francês, o holandês, uma muvuca de idiomas que combinados, unidos ou incorporados uns aos outros, produziram essa bela, incompreensível e peculiar língua portuguesa.

Essa maravilhosa língua tão notável que nos deixam ofegantes perante ela, tão complexa e muitas vezes indecifrável, tão sortida, que deixa “os mais expertos ignaros”, tão estranha, que extáticos ficamos ao saber que uma palavra do nosso enorme vocabulário não tem tradução “saudade”, tão complicada que o nosso hino nacional, que abusa de suas palavras, nos deixam a esmo, o que fazer se não imergir nesse mundo incerto, mas pertencente a nós.

Sinônimos, homônimos, parônimos, antônimos, predicados, sujeitos, preposições, advérbios, artigos, adjetivos, fonemas, conjunções, interjeições, pronomes, verbos, substantivos, vocativos, regências, numerais, metáforas, metonímia, pleonasmos, prosopopéias, solecismos, barbarismos, dos quatro “porquês”, verbos no pretérito perfeito, no imperfeito, mais que perfeito, no futuro do pretérito, presente, no imperativo, no subjuntivo, no gerúndio... e poderia continuar a descrever.

O língua que muitos dos nossos escritores gozaram e abusaram de usá-la, uns tão bem outros nem tanto, sempre procurando melhorar, os deixando exaustos, angustiados, abstinentes, com noites em claro, esses cavalheiros que se exilaram do mundo em busca da palavra perfeita, infelizmente são poucas as homenagens a esses intimoratos.

Nós a maltratamos porque, por ser às vezes insolúvel, de mau grado nos alimentamos dela, ficamos inertes, precisamos acostumar ser lactentes desse leite, tudo bem que ela não é perpétua, prova disso é a nova mudança que entrou em vigor no início de 2009, porém nem por isso podemos usá-la como em uma polução nos MSN’s, Orkut, e-mails inseridos no nosso cotidiano, há de ser tratá-la bem de maneira perene, para que ela nos receba bem.

Não é fácil domá-la, nem pretendo, contudo um convívio amigável, com o mesmo carinho que temos por nossos pais, filhos, mulheres, clubes de futebol, a nossa camisa, aquele tênis, pode auxiliar nessa relação ardente que temos com a “NOSSA LÍNGUA PORTUGUESA”. Bom agora preciso me entregar ao sono, pelo menos por hoje tentei fazer a minha parte nessa relação incontinente entre ela e eu.

Regor Illesac
Enviado por Regor Illesac em 08/06/2009
Código do texto: T1637648
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