Com-Sumo

Outro dia eu estava em uma loja de departamento muito famosa aqui em Zurique, procurando um creme para aliviar rachaduras nos lábios provocadas pelo frio, quando me deparei com uma senhora, de cabelos vermelhos, muito elegante no alto de seus saltos, com uma echarpe muito charmosa; deve ter custado uma fortuna aquilo...

Ela parou perto de mim e começou a admirar uma bolsa, lilás com nao sei quantos botões dourados. A coisa nao era feia, era bizarra. Eu nao acreditava que aquela senhora pudesse estar interessada "naquilo". Ela olhava, colocava nas maos, se olhava no espelho, como se tivesse encontrado o maior tesouro de todos os tempos. Eu com minha bolsa surrada, que eu nao troco por nenhuma Chanel, fiquei na expectativa se a senhora; que parecia ter tanto bom gosto levaria ou nao aquele show de bizarrice.

Ela levou.

Eu, ca com meus botos fiquei imaginando a loucura que existe dentro dos seres humanos quando o assunto é dinheiro.

Parece que as pessoas perdem senão pouco, bastante do bom senso de que "menos é mais".

Nesses casos, a marca da bolsa deve ter falado muito alto e o preço deve ter deixado a senhora com a sensação de que estava levando uma "quase" jóia para casa.

Nesses momentos penso nas pessoas que nao tem nada. Sim, naquelas que nao tem sequer o que comer. Me deu vergonha de estar ali procurando um creme para os lábios, me envergonhou o fato de uma mulher pagar tanto por uma bolsa, que ela nao vai usar quase nunca...lilás...

Me deixou o que pensar o porque de tanta diferença social.

O assunto é extenso, da para discorrer horas sobre, o certo é que; existe muita gente miserável no mundo e isso é injusto.

A pergunta é: Porque?

Valentina Leemann
Enviado por Valentina Leemann em 07/06/2009
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