Série "The G Point Chronicles" - Crônica 2: The Wardrobe Exit - Saindo do armário

The Wardrobe Exit - Saindo do armário

Alôu!!!

Como estão todos???

Eu estou lindo e louro como sempre. Assim como Isaac Newton teve uma maçã caida sobre sua cabeça e desenvolveu toda teoria sobre a gravidade, eu dei com a testa na cara do guarda-roupas (no sentido metafórico, gente, sou um desastre, mas não cheguei a tanto), e pensei cá com meus botões: quando dois soldados do exército assumem sua homossexualidade, e são presos por motivos que, até agora o exército diz estar contra seu código, me deu vontade de escrever sobre a saída do armário.

Para alguns, sair do armário, assumir sua homossexualidade, é tão natural quanto trocar de roupa ou ir ao supermercado. O mundo deu voltas e voltas, as sociedades “evoluíram”, e os preconceitos de outrora já não cabem mais nos dias atuais. Porém, basta ligar a televisão para ver grupos de skinheads, neo-nazistas, que ainda acreditam nos preceitos da raça ariana pura, dos tempos do Führer (comadante, em alemão) Hitler, espancando homossexuais, negros, pessoas que não se enquadram na raça branca e de puro sangue. A violência urbana ligada ao preconceito, juntamente com a história dos dois comandantes do exército, se vale a pena viver tão perigosamente, condenado ao medo de se deparar com um homofóbico na rua, viver trancado, sucumbindo a felicidade e a identidade para evitar maiores confrontos?

Agora, gatos e gatas, garotos e garotas, já não basta isso tudo, li uma matéria hoje na Folha Online sobre uma experiência que reprogramaria o cérebro de crianças para alterar sua orientação sexual. Ou seja, em um exame pré-natal, os pais poderiam detectar a homossexualidade dos filhos e, por meio da manipulação genética, alterar isso. Hello-ou?!?! Cancer, Aids, surtos de Dengue, a violência correndo solta e a ciência volta aos tempos pré-históricos de querer “curar” a homossexualiade como se fosse doença? Por isso coloquei entre aspas a evolução da sociedade. Eu não tenho medo de assumir que sou gay, andar de mão dada, infelizmente em determinados lugares, com meu namorado, tanto no trabalho, quanto em casa, eu tenho orgulho de ser gay e, se um dia meus pais chegassem e me contassem a história do meu nascimento “então, filho, sabe que, quando você ia nascer, papi e mami viram que você ia sofrer muito, e aí resolvemos criar você como heterossexual”, eu me dava um tiro na cabeça. Gentem, pais que manipulam seus próprios filhos geneticamente, onde fica o livre-arbitrio!? Eu lembro muito do filme Titanic, um fato concreto foi que o engenheiro que desenhou o navio declarou mesmo que “nem Deus afundaria o Titanic”, os homens agora vão brincar de Deus?

Quando será que tudo isso vai acabar? Violência, preconceitos, manipulação genética exacerbada, a sociedade está em surto, e, para completar o circo, a igreja apóia a possibilidade da “cura” da homossexualidade, os poderosos devem a-do-rar essa idéia! Os grandes Poderes de outrora sucumbem ao pecado que tanto condenaram um dia: soberba, arrogância, orgulho, inveja, sim, inveja das pessoas que são felizes e se aceitam como são. Cada um é cada um, tem seu tempo, seu momento e uma históra a viver, saindo do armário ou não, assumindo sua homossexualidade ou não, todos somos seres humanos iguais, negros, brancos, índios, gays, heteros, sãos ou doentes, ricos ou pobres. A sociedade um dia vai ter um “wake up”, acordar pra vida e ver que, enquanto damos dois passos a frente, muita coisa está em 10 passos atrás!

Deus salve o livre-arbitrio. Diria Rose Dewitt Bukater, do filme Titanic “Para eles só restava esperar. Esperar pra morrer, esperar pra viver e por uma absolvição que jamais viria”. Estou esperando os botes retornarem para salvar os sobreviventes do naufrágio do planeta Terra e, graças a Deus que eles ainda existem, e lutam, e sofrem ameaças de morte todos os dias, mas resistem, firmes e fortes, remando contra a maré da ignorância e involução humana, abrindo os olhos, ouvidos e bocas para falar, defender e ouvir aqueles que sofrem com o preconceito, social ou pessoal!

Até a próxima…