O PRAZER DE ESCREVER “A ENXADA”

Jamais passou por minha cabeça, que mais de vinte anos depois, eu iria novamente sentir esta sensação gratificante, de escrever algum artigo do jornal “A ENXADA”, que publiquei de l984 a l988.

O saudoso poeta e compositor Zé Marcolino, parceiro de Luiz Gonzaga, em seu livro, “Cantadores, prosas sertanejas e outras conversas”, disse: “Falar de coisas do passado é um dever, uma obrigação e um compromisso com a lembrança”.

Para mim, essa lembrança é ainda mais importante porque faz parte da história da minha terra, que de certa forma ajudei a construir. Não só a minha terra Condado, mas Pernambuco e o Brasil, pois cada obra realizada na cidade, a partir das críticas que escrevi, é como se fosse uma obra que realizei. E, como dizem alguns poucos políticos do bem, que ainda existem no Brasil, “a nação é feita a partir de cada cidade, cada vilarejo, porque sem elas não existiriam os estados, nem o país”.

As poesias matutas, os sonetos, as músicas e os folhetos de cordel, me deram muito prazer ao escrevê-los, no entanto, “A ENXADA”, foi a melhor de todas as obras que já fiz. Principalmente porque existia sinceridade na preocupação com o bem comum. Não havia segundas intenções. Quando passei a ser um político, logo após, foi uma conseqüência, entretanto o que me levava a escrever era a satisfação de ajudar a construir um mundo melhor para todos nós e ver nossa cidade ser mais bem cuidada.

Reconheço que muitas vezes magoei alguns políticos e eleitores, meus conterrâneos, no entanto, no final todos saímos ganhando, pois as críticas eram sempre construtivas. Ganhou a cidade, ganharam os eleitores e ganharam os políticos, porque realizaram obras que talvez não as fizessem se não tivessem sido “cobrados” por mim.

E eu me sinto bem porque, apesar dos momentos de críticas eufóricas, hoje eu sou amigo e tenho muita consideração e respeito a todos os ex-prefeitos de Condado, porque sei que cada um, a seu modo, construiu um pouco dessa história comigo. Construiu um bom pedaço do Condado. Espero que eles também pensem assim.