Meu univeso é único
Por que o homem se fez assim, tão distante dele mesmo? Eu, nesta tormenta, quase me afoguei. Nos invernos passados, plantei vento, e hoje estou colhendo tempestades.
Mesmo neste tempo fechado, fui em busca de mim mesmo. Procurei, vasculhei os quatro cantos de minha emoção e me encontrei ali, quieto, distante, em frangalhos, disperso, era o fim de uma jornada.
Respirei fundo e falei pra mim mesmo: não vou me largar neste fim de mundo, não vou permanecer nesta situação, vou utilizar este momento de ansiedade para me levar para outras paragens, longe do pessimismo, longe das tristezas.
É triste viver chafurdando na lama das frustrações, vou buscar o espaço que me pertence, vou libertar-me, vou sair desta prisão psiquiátrica.
Dito e feito, sem remédios controlados, me desintoxiquei, saí do hospício, busquei novos ares. Na escuridão, me motivei, logo amanheceu, os raios do sol me acordaram.
O espírito agora não é mais de porco.
Saí e voltei, para comprovar, logo, não estava mais doente. A minha saúde psíquica foi restaurada.
Não foi milagre. Foi um trabalho de uma mente que queria se libertar, queria deixar de ser vítima e ser o comandante do barco. Pensei, a existência é breve, logo não estarei mais aqui, onde estarei?
O que vou deixar de lembrança?
Se consegui sair deste círculo vicioso, se venci, pelo menos neste primeiro tempo, por que lastimar?
Meu universo é único. Eu sou único, não vou mais participar desta comédia que faz com que as pessoas se tornem controle remotos. Sou eu que escolho meu caminho e não vou voltar, não para ser controlado.
Se cheguei até aqui, vou até o final.