BRIGA DE MULHER...
Parece que a galera fica assim num êxtase assistindo cenas tórridas de arranca-rabos. Ô, racinha que gosta de ver uma briga!
- Quando a língua não resolve, eu desço o braço! – Bradou Bia alterada.
- E eu não sou mulher de botar o rabinho entre as pernas e correr fora, eu encaro, sua horrorosa! – Revidou Ana.
Briga de mulher, briga de colegas de escola junta gente para ver. Ninguém quer saber de separar briga de mulher. A turma fica mesmo é atiçando, pondo lenha na fogueira:
- Puxa o cabelo! Aperta o bico do peito! Arranha! Morde! Dá tapa na cara!
Ana e Bia eram do terceiro ano do Ensino Médio e disputavam a companhia do belo Jair para irem ao baile de formaturas. E ele, o belo das belas enfurecidas, não estava nem aí para a briga delas. Aliás, ali ele estava, porém, não moveu um dedo mindinho para separá-las. Jair parecia deliciar-se com aquela contenda. Afinal, qualquer homem se envaidece ao sentir-se objeto de desejo.
Depois de se esbofetearem à vontade, de desalinharem os cabelos e as ideias, de borrarem os batons e as índoles, de jogarem no chão corpos e vergonhas, apareceu o inspetor para apartar a briga.
Zezão ainda pôde ouvir da multidão dos alunos: " -Ah, estraga prazeres!" Olhando para os alunos, ele disse:
- Que abusrdo vocês atiçando uma briga, deveriam era apaziguar, seus incitadores! E voltando-se para as meninas, ordenou:
- Direto para a secretaria!!!
Não adiantou se exporem ao ridículo com aquela briga pela disputada de companhia para o baile de formatura... Jair preferiu ir com a meiga Dany.