"Você existe mesmo?..."
(há os inteligentes, há os espertos e os que nem por isso...)

Aqui há dias perguntaram-me: "Você existe mesmo?..." Bem, ao primeiro impacto, sorri... mas a pergunta até é pertinente, por dois motivos: nisto de contactos de grau virtual, nunca se sabe; e... analisando bem a coisa, virando-me cá para o meu "eu" para lhe traduzir a pergunta (é, o meu "eu" não entende, às vezes, as coisas à primeira... dah..ah!...)... não me encontrei!... E pus-me a pensar: "pertinente pergunta!... eu existo mesmo?..."
...
Não existo. Pelo menos o que eu queria existir. E a pergunta (pertinente) caíu em saco roto... (Será que é por isso que eu sempre fui uma cabeça no ar?...)
O certo é que pelos buracos deve ter saído a minha capacidade de fixar os pés no chão, de fixar o olhar num objectivo, a de memorizar o caminho, de recordar lições, a de me impor disciplina, de impor disciplina aos outros, a de me saber defender, de saber defender os meus ideais... e outras - tantas, - que me saí toda!!! Estou por aí, entre o fio da navalha e a pulseira da algema...
Por isso...
não achem que eu não existo, por ad(o)(mi)ração! Antes por desdém, por ironia...
Eu não existo mesmo, mas porque nunca me acho no ser não querer s(ab)er o b-a-ba que aprendi com enorme facilidade na escola, mas que nunca tive a coragem de me ensinar na vida... Teoricamente, até existo. Na prática... se existo, anulo-me, por defeito (de nascença?)...
E ainda não sei que força me empurra através das malhas de um qualquer saco roto de má qualidade, que me calhou na rifa...