UM REI EM MINHA VIDA

Laura Leal

Quando Roberto Carlos começou a embalar meus sonhos, com suas canções, eu era uma adolescente de quatorze anos. Ele se tornou um ídolo para mim e eu sabia cantar todas as suas músicas. Quando saía um novo disco, era uma alegria imensa, a possibilidade de comprar aquela nova preciosidade! Curti demais a fase da Jovem Guarda com todas aquelas músicas ingênuas e que estão guardadas, até hoje, no meu coração.

Bordei minha vida, como se fosse uma tapeçaria - alegrias, tristezas e dores de amor - usando como linha as letras e como tela as melodias de Roberto.

“...Quando ... você se separou de mim” ao mesmo tempo que doía na minha alma, me dava esperanças de seguir em frente, mesmo tendo perdido meu primeiro amor. “Outra vez” me vi amando alguém que “Olha” tinha “todas as coisas que um dia eu sonhei para mim”. A trilha sonora da cerimônia do meu casamento foi uma “Proposta” de amor e de entrega ... onde eu propus ... naquele “ momento tudo lá fora deixar ficar”. Hoje, depois de trinta e oito anos, tempo que a proposta se dissipou como fumaça, me vejo diante de uma nova possibilidade que me leva a cantar ... “quando digo que te amo, não estou dizendo nada, não encontro as palavras, do tamanho desse amor”. O “ importante é que emoções eu senti”! “E que tudo mais vá para o inferno!” Afinal, me chamo (Lady) Laura, sou Mulher Pequena e Mulher de 40.

Quarta-feira, 03 de Junho de 2009, fui com meu filho e minha filha, 24 e 21 anos, respectivamente, assistir ao show de comemoração dos 50 anos de carreira do Rei. Foi com emoção, mas sem surpresa, pois eles foram ninados com as canções do Rei, que vi meus filhos, emocionados e também rendidos à luz que envolve Roberto e a magia de suas canções. Foi um momento ímpar, nos abraçamos e cantamos, juntos, todas as músicas.

Roberto nos ensina que todo ser humano precisa amar e ser amado. Algumas pessoas relutam em demonstrar as suas emoções, por vergonha do ridículo. Eu já acho que a gente tem que fazer declarações de amor todos os dias. É preciso dizer sempre a quem amamos o quanto ela é especial. Se não der certo ou se o amor acabar, não há problema, outros virão. Mais importante do que o objeto do amor é o sentimento que existe dentro de nós. Desatem suas amarras e fiquem com as emoções em dia.

Eu não tenho vergonha de dizer "eu te amo". Roberto Carlos também não. Por esse motivo bato palmas para ele.