A ALMA DO ARTISTA (Celismando Sodré - Mandinho)
A ALMA DO ARTISTA
(Celismando Sodré- Mandinho)
O grande pintor Francês Heri Matisse, afirmava brilhantemente que; “o artista, assim como a criança, deve ver todas as coisas como se as vissem pela primeira vez”. É essa espécie de coragem que deve permear o artista, em seu esforço para libertar-se do trivial e do lugar comum, contribuindo para libertação de todos os que sentem acorrentados no mundo, e não percebem a mágica da vida. Vivemos distraidamente pela vida, quase sem prestar sistematicamente atenção às cores, as formas, os movimentos, as estruturas espaciais e arquitetônicas, os elementos naturais e artificiais que caracterizam a paisagem vital. Se para um poeta, as borboletas são flores que aprenderam a voar, as cores dessas borboletas, o que seriam para o pintor? É por isso que a estética precisa ser resgatada, para que o homem possa recuperar a sensibilidade que está sendo perdida junto com a ternura, em um mundo petrificado e cada vez mais automatizado. Daí o papel fundamental do artista, com todo o seu potencial criativo de ver o que muitos não vêem. Aquele que tem a função de despertar os sentimentos e as consciências adormecidas.
A angústia do artista é notória e se faz presente nas mais diversas formas de manifestar sua arte. E por que tal angústia? Ora, nenhum artista esta contente diante do mundo em que vive; com as revoltantes injustiças sociais que gera a miséria e a opulência, nenhum artista está feliz com a destruição do meio ambiente, principalmente, quem se sente parte integrante da natureza, a arte faz com que muitos seres vivos dotados de inteligencia e sensibilidade, possam ver este mundo endurecido pelo concreto e pelo asfalto de uma forma diferente, conquistando mentes e corações; porque sei que mesmo do concreto e do asfalto, haverá de nascer uma flor, e desta flor um jardim, e desse jardim um mundo mais fraterno e belo.