Saudade sem fim
Saudade sem fim
Mª Gomes de Almeida
Chegou o fim anunciado ou o anunciado fim. Não me desconcertei, mantive a postura, desabafei, ouvi. O desabafo saiu como nunca antes, era um misto de despedida, de partida, de dor, de saudades.
Entristecidos conseguimos não chorar.
Conversamos, nos aconselhamos.
Sete anos se passaram. Rápidos, tristes, alegres, sofridos...
Amamos-nos, nos odiamos.
Sete anos se passaram. Agarramos com toda a força de nosso ser e tentamos por infinitas vezes refazer, recomeçar, superar...
Não conseguimos.
Após a conversa civilizada e amistosa concluímos então. Nadamos, nadamos e moremos na praia. Tivemos a chance de viver o grande e talvez o único amor na vida e não soubemos vivê-lo.
Culpados, culpamos.
O alcoolismo, o ciúme, as finanças, as opiniões diferentes, as diversidades. E são e foram muitas as diversidades.
O fim chegou e o levou e me levou.
O fim? Quem o fim levou? Levou a mim? Levou você? Que fim você tomou? Que fim tomarei?
Que fim tomaremos nós?
Agora que sei que você é um pouquinho de mim e eu pouquinho de você. Para onde irei? Para onde irás?
Que saudade sem fim! Saudade de mim.
Que saudade sem fim! Saudade de você.
Você quem amei, a quem me entreguei, por quem chorei.
Saudade!
Saudade que veio anunciada em pequenos detalhes que durante a relação deixávamos passar.
Quanta saudade!
Saudade de mim, saudade de você, saudade de nós.
Saudade da saudade.
Saudade de sentir saudade.
Saudade de quando tudo era apenas eu, você e o amor.