O amor é BURRO!
"O asno (Equus asinus), chamado ainda de burro, jumento, ou jegue, é um mamífero perissodátilo de tamanho médio, focinho e orelhas compridas, utilizado desde tempos pré-históricos como animal de carga, apresenta robustez, capacidade de adaptação a caminhos acidentados e a meio ambiente adverso, docilidade; pernas longas e, portanto, maior velocidade, facilidade de treino." Wikipédia
O amor, como um animal de carga é capaz de suportar pesos extrordináriamente maiores que ele mesmo. Consegue carregar sobre si até mesmo coisas que jamais lhe terão algum préstimo, apenas por favor àquele que lhe pede.
O amor é robusto, forte. É capaz de levar vários golpes e ainda assim subsiste ao trabalho incessante de amar que parece ser a razão de sua existência, o que dá funcionalidade a seu viver.
Ele tem uma capacidade adaptativa impressionante. Ele caminha por terrenos áridos, escorregadios, atravessa açudes, rios... caminha sobre pedras. (Ele só não sabe voar, mas pensa que sabe, por isso mesmo é que tantos tombam do alto do amor, pois se lançam em alturas a que não foram preparados para ir). Em lugares adversos ou favoráveis, acolhedores ou que incitam temor, não importa o amor vai lá.
O amor é rápido, antes de que o raciocinio nos comunique a afeição o amor já está nos movendo e impelindo instintivamente... quando ele termina, logo aprende um novo amar e se entrega.
O amor tem uma capacidade cognitiva limitada. Isso ocorre porque o amor embassa a capacidade perceptiva visto que as atenções instintivamente ou racionalmente orientadas se voltam para o objeto amado e isso o faz reduzir o campo de percepção o fazendo disperso a todo o resto comumente. Ainda há um outro agravante que é o fato de que o amor trás para dentro do individuo tantas informações do objeto amado, senão o próprio objeto amado, que para absorver mais do outro em si acaba tendo que se desfazer, por isso o amor não é egoista, ele se abandona para ir de encontro ao outro, mas isso não é meramente observado no aspecto psicológico ou sensorial, isso é também fisico, dai muitos mudarem seu aspecto postumamente ao amor... eu seria ainda mais extravagante, eu diria que amor na busca desenfreada e frenética por mais do outro em si, vai se abandonando, vai se entregando, vai se mesclando ao outro, se doando, se trocando, se percebendo no outro e não vendo mais espaço em si ele propositalmente, ou não, vai como alguém que quer sobreviver numa nau em alto mar durante uma tempestade, (e o amor quando acompanhado de paixão é mesmo uma tempestade), lançando para além mar tudo que pode, vai abandonando bens e todo peso que considera dispensável... quando nada tem além, há aqueles que vão dando sua própria vida, sangue, hemácias, moléculas de carbono, neurônios (acredite os neurônios são os primeiros a abandonar o navio, talvez isso justifique crises de ciúmes infantis e carências infundadas)... até chgar a um certo nível de patético embrutecimento de si, tudo para manter o amor vivo.
Vivo e burro.