Caminhos da felicidade
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Loló era uma menininha muito esperta e sapequinha que adorava inventar historinhas sobre tudo o que aprendia na escola. Ela estava aprendendo a desenhar os numerais...
Na sexta-feira após o carnaval, a professora Lalá passou uma tarefinha para todos os alunos:
– Vocês vão trazer na segunda-feira os dez numerais, pintadinhos e bem lindos! Quero ver quem vai caprichar! Bom dia e divirtam-se em casa com os pais, crianças!
– Bom dia, professora Lalá – disseram todos, felizes.
Era uma manhã de muito sol e Loló, radiante como a luz do dia, chega em casa:
– Mamãe, a professora passou uma tarefa pra mim... Dos numerais.
– Que legal! Vamos ver?
– Vamos, mamãe!
– Esse é o numeral ‘1’... Esse é o ‘2’... E esse é o numeral ‘Zero’!
– Isso mesmo!
– A professora pediu para pintar os numerais bem lindo! Agora sai, mamãe, que eu vou pintar sozinha...
– Está certo. Faça como a professora pediu e capriche.
Depois de alguns minutos, a pequena Loló se aproxima da mãe, toda feliz e, com ar de vencedora, mostra a tarefinha pronta – todos os numerais estavam pintadinhos.
– Mas Loló, por que você fez uma casinha em todos os numerais?
– Ah, mamãe! Quando a gente nasce e é pequeno a vida é simples, ainda. É assim bem retinha, tem uma dobrinha pequena e se chega em casa. A felicidade das criancinhas está na casa dos pais.
– E por que outra casinha no numeral dois, bebê?
– Gente grande não entende nada! Depois, mamãe, a gente vai crescendo e aparece uma curvinha maior. Vamos ficando longe de casa, mas ainda voltamos! E novamente ficamos felizes e nos sentimos seguras... E assim continua no numeral ‘3’, no numeral ‘4’... Mais curvas, mais distantes de casa, mas sempre reencontrando o lar e a felicidade.
– E por que você não fez a casinha no numeral Zero, hein?
– Ih! O numeral zero atrapalhou tudo, não foi? Será que a gente quando cresce, mamãe, fica rodando, rodando, rodando... E nunca acha a casa dos pais? Será que depois que a gente cresce não consegue mais ser feliz? Não quero crescer, não, mamãe... Quero ser pra sempre uma criancinha e poder voltar pra casa, encontrando a senhora pra me proteger.
– Não é isso, meu amor! É que você olhou o numeral ‘Zero’ bem de cima, lá do céu... Na realidade, ele é a casa de um índio. Os índios moram em cabanas circulares que chamamos de ocas. Eles respeitam a natureza, são felizes e têm a mesma simplicidade que as criancinhas. Por isso eles não saem de suas cabanas, porque pra eles a felicidades é eterna e está ali mesmo, onde vivem a vida inteira.
– Ah! Legal, mamãe! A professora Lalá vai adorar ver minha tarefinha, não vai? E se ela brigar com as casinhas que eu fiz?
– Você conta pra ela a mesma historinha que contou pra mim. A tia Lalá vai amar ouvir, sabia?
– É mermo, né, mamãe!