Hoje, ontem ou amanhã?
Chegou triste, olhos baixos, andar lento, pouca fala. Foram dias assim.
Não se comunicava, por mais que os outros tentassem fazer com que se envolvesse nas atividades.
Um dia estava só sentado olhando para nada enquanto os demais jogavam futebol.
Sentei ao seu lado, perguntei sua idade, jovem quase criança, mas com uma caminhada sofrida, cheia de erros, desenganos, sem conseguir olhar para o amanhã falou: - " Sou um estorvo para minha familia, a única coisa que me faz bem hoje, que me faz esquecer o que sou é ............. a droga. Não sou nada".
Passou-se um mês, dois. Os companheiros não o deixavam só, procuravam mostrar a ele que a vida cobra, mas também dá e que sempre há uma chance de se começar de novo.
O tratamento foi longo e muito sofrido. Ainda é cedo, mas sempre há um amanhã.
A luta apenas esta começando. É um menino ainda!
A família aprendeu a se tratar também. Felizmente.