a TV imita a vida... ou o contrário

Isso veio de um comentário do motorista do “meu” ônibus: “Há uns anos, comercial de cigarro tinha um cavalo bonitão, forte, cowboy, praia… hoje, ‘tava vendo ali, agora, tem gente sem dente, sem cabelo, sem perna, com câncer, morrendo… e tem gente que ainda fuma. O povo gosta de se iludir mesmo!” De cara, achei impressionante ele dizer isso em alto e bom som dentro do ônibus como se tivesse certeza de que ninguém ali era fumante ou disse sem medo de ofender alguém. Palmas para ele. Ele só disse a verdade. A TV e quase tudo que nela está contido (o Faustão não mora dentro da TV, crianças. Nem a xuxa) é uma ilusão. Horas depois, estava eu me divertindo com um seriado. Nele, um dos personagens principais é um ator (sim, um ator que, em seu papel, é um ator) e namora uma garota que jura que ele é na verdade um médico, pois ele, como ator, interpreta um médico. Eu e os milhares que veem o tal seriado demos risada, mas, no fundo, eu sei que tem gente que é assim. Acha que a TV é a vida real. Não xingaram e quiseram bater numa atriz (ou ator) da Globo pelo papel que ela (ou ele, não lembro bem) representava na novela? O povo se ilude. E de propósito! Mentira, não é de propósito, mas dá a impressão de ser. Nessa coincidência de assunto no mesmo dia, comecei a lembrar de outros comerciais e de como nenhum deles me influencia. Eu compro produtos e contrato serviços pela qualidade que eles demonstram e por indicações de conhecidos. Na falta de um destes, parto para a tentativa e erro até encontrar o melhor dos oferecidos no mercado acessível a mim. É o modo mais objetivo de ser. Pra finalizar, não estou sugerindo meu modo, mesmo porque eu entendo que novelas e comerciais felizes são um atrativo e um conforto no dia-a-dia estressante. É o já dito escapismo. Ele não é de todo mal. Mas tem um limite bem definido: saber que é um escapismo.

texto do meu filho GUILHERME SAMPROGNA MOHOR

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