POR CONTA DE DEUS .

Viver é o grande plano e nele sou movida pelo sopro do vento que me leva à praia ou ao olho do furacão.

O que não significa dizer que a vida off road me atraia. Minhas aventuras têm pouco em comum com as de Thelma e Louise.

Os precipícios assustam-me. Já sentei à beira de alguns paralisada após o susto, mas no tempo certo refiz o roteiro.

Parece irresistível a entrega do rumo a um audaz timoneiro. É inebriante ir aqui e ali sem preocupação com o destino.

Mas não é recomendável que se passe o comando da vida para outra pessoa. Por mais tentadora que seja a idéia só vale a pena em algumas situações com confiança e na justa medida para que os princípios individuais sejam conservados.

A tentativa do controle absoluto também é vã. É inevitável o confronto com interesses alheios e a constatação dos próprios limites.

Meu lema é viver e deixar viver munida do mínimo de coordenadas para avançar sem grandes tropeços.

O leme da vida, por mais que o agarremos em alguns instantes, escapa-nos e à deriva não vemos as margens, desconhecemos latitude e longitude, e, sequer sabemos se encontraremos o cais.

Nessas ocasiões, quando nos sentimos totalmente impotentes, nos damos conta de que a viagem toda é feita por conta de Deus.

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Esse texto faz parte do VIII Desafio Recantista.

Leia as demais autoras sobre o tema À Deriva.

Evelyne Furtado
Enviado por Evelyne Furtado em 02/06/2009
Reeditado em 23/10/2009
Código do texto: T1628985
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