Amar sem amor

Amar sem amor

*Maria Gomes de Almeida

O corpo fala. E como fala...

A experiência da abstinência quase insuportável ao corpo meu. Ou teu?

Onde está o corpo? O nosso corpo... Antes uma só carne?

Numa relação dita incontáveis vezes sermos um do outro, talvez para sempre.

Hoje mal(tratamos) mal falamos, mal olhamos, mal tocamos, mal sentimos.

Abstinência que jamais fez parte das juras de eterno amor.

E(terno)? A ternura dos olhares, dos toques...

O distanciamento!

Abstinência que corrói e destrói, machuca e mata o quê pode haver de mais puro no ser.

E quando se ama sem amor, sentimos falta também do “fazer amor” porque de resto não escolhemos. Nos entregamos porquê nos entregamos. Amamos porquê amamos. E pronto!

Nada a declarar, a explicar e muito menos a entender.

Ele em sua quase in(decisão) hesita, consulta e ignora.

É a abstinência tão pouco desejada que ronda... Aproxima-se... A contra gosto, se aproxima.

Ele compara, decide e esquece-se de mim...

Hoje magoados e estrangulados a alma e o coração, o corpo e a mente, a razão e a emoção.

Tensão, explosão, dores, brigas, insônia. Raiva, muita raiva... É o corpo gritando por amor, pelo amor incondicional perdido ao longo da convivência que trouxe consigo a abstinência.

O amar sem amor chegou. Ele vai ficar?

Maria Gomes de Almeida
Enviado por Maria Gomes de Almeida em 02/06/2009
Reeditado em 06/06/2009
Código do texto: T1628517