O teatro em Itabaiana
Recebo mensagem do amigo Romualdo Palhano, teatrólogo, professor universitário e figura de proa nas artes paraibanas, atualmente vivendo no Amapá. Romualdo está finalizando trabalho de Pós-Doutorado sobre o teatro na Paraíba. Nesse trabalho tem um capítulo sobre Itabaiana, onde o mestre destaca a história do Grupo Experimental de Teatro de Itabaiana (GETI), do qual ele mesmo fez parte na década de 70. Pretendendo buscar mais informes sobre o teatro estudantil que se fazia naquela época, ele indaga em que ano o professor Poty começou a trabalhar com teatro no Colégio Estadual Dr. Antonio Batista Santiago, quais os alunos que participaram ativamente daquelas ações e as peças encenadas, além de notícias sobre uma entidade de cunho cultural dirigida pela professora Terezinha Queiroga, onde se praticava também o teatro amador.
Enquanto aguarda respostas para sua pesquisa, ele descobriu que no começo do século vinte existiu um teatro em Itabaiana, na Rua 13 de Maio, que era o coração do comércio da nossa cidade naquela época distante.
Ao tempo em que finaliza este livro sobre o teatro em nossa terra, Romualdo estará lançando outra obra no final de junho, intitulada “A Saga de Altimar Pimentel e o Teatro Experimental de Cabedelo”, sempre com o intuito de historiar a trajetória das artes cênicas na Paraíba.
O professor Romualdo, que é potiguar (Nova Cruz), mas viveu em Itabaiana sua infância e adolescência, merece título de cidadão honorário da terra de Vladimir de Carvalho, pela sua contribuição ao estudo da cultura em nossa região.
Professor, literato, artista, irmão da conceituada atriz Palmira Palhano, Romualdo é um que acredita que o teatro não é simples entretenimento, mas tem função mais abrangente, porque o teatro deve questionar, provocar e informar. A obra deve ter valor para a vida.
Romualdo tem Licenciatura Plena em Educação Artística, Mestrado em Serviço Social e Doutorado em Ciências Sobre Arte realizado em Havana, Cuba. Desde 1995 é coordenador do curso de Educação Artística da Universidade Federal do Amapá, em Macapá, onde exerce a função de membro do Conselho Universitário. Publicou três livros sobre teatro, sendo protagonista em vários espetáculos na Paraíba e no Amapá.
Na apresentação de sua página na internet, Romualdo confessa: “Foi no interior da Paraíba, numa cidadezinha chamada Itabaiana, onde escrevi minhas primeiras poesias, sob forte influência da literatura de cordel. Na citada cidade, como produtor cultural, realizei minhas primeiras montagens e apresentações de espetáculos teatrais, sendo um dos fundadores do GETI - Grupo Experimental de Teatro de Itabaiana”.
Mais que merecida, portanto, uma homenagem a este itabaianense adotivo que tanto honra as tradições de cultura da terra de Zé da Luz. Não existe cidade que se destaca sem acolher filhos adotivos de diferentes regiões do país. Itabaiana é privilegiada pelos itabaianenses que aqui nasceram e constroem esta cidade e também pelos itabaianenses adotados que de fora chegaram e ajudam a ampliar conhecimentos e partilhar culturas. Haja vista o nosso Jessier Quirino, hoje um ilustre itabaianense adotivo que muito nos orgulha.