Vamos falar sério?

Quem me conhece sabe muito bem que sou praticante do lema: “Rir é o melhor remédio” – e isto eu aplico até nas situações mais difíceis, porque graças a essas situações, que nos provocam a cairmos a chorar, é que aprendemos a superar obstáculos, mesmo que sejam dos mais escabrosos. O bambu se mantém sempre em pé, seja qual for o seu tamanho, devidos aos seus nós, que são os seus sustentáculos, pois, quanto maior o número de nós, mais robustos eles se tornam e mais eles crescem rijos e altaneiros. “Se a vida lhe der um limão, faça uma limonada”, ou seja, tire proveito daquilo que lhe pareça amargo e adoce o seu viver, usando a sua inteligência, a sua sabedoria e a sua pertinácia, porque é com o aprendizado é que conseguimos crescer em individualidade – temos que aprender a agradecer em quaisquer circunstâncias, porque o que é bom, é bom por natureza, fica fácil para agradecermos, mas a verdadeira gratidão é aquela que nos dá forças para seguirmos em frente, sem medos ou lamúrias.

Embora devamos rir, até com a própria desgraça, há ocasiões em que temos de parar para pensar com muita seriedade e responsabilidade – é no momento em que falamos sobre crença ou religião – coisa que está sendo levada na “brincadeira” por muitos, sejam eles descrentes, sejam eles fanáticos, ou mesmo muitos daqueles que sejam adeptos, praticantes.

Quanto aos descrentes, temos que lhes dar razão, pois os fanáticos e muitos adeptos religiosos estão constantemente oferecendo espetáculos deprimentes de suprema ignorância e crendice que, por tabela, servem somente para denegrir a imagem e os princípios da religião como um todo. As atitudes dos religiosos fanáticos, que querem impor suas crenças, como sendo o único caminha da “salvação”, colocando as demais religiões como sendo coisa do diabo, por si só passam a ser a maior demonstração de burrice e ignorância que possamos presenciar, porque nenhum de nós é o dono da Verdade, sendo prerrogativa somente do Supremo Criador, que está no comando de tudo, e fim de papo. E a insensatez de se provocar conflitos e até guerras “santas”, com terrorismo e que tais, será que podemos chamar tudo isso de atitudes religiosas? _Ora, fala sério! _Até o absurdo tem limite!

Se analisarmos a grande maioria de religiosos convictos e praticantes, iremos notar facilmente que a verdadeira fé ou a fé adulta só é manifestada por uma pequena parcela dos crentes, pois o que existe de pessoas que procuram tirar proveito da benevolência dos seus mestres, ou dos padroeiros de suas devoções, é brincadeira – isto é uma heresia sem tamanho – pois muitas delas continuam fazendo julgamentos, futricas, fofocas, “mutretagens” e outros tantos “deslizes” mais, e ainda se acham com o direito de receberem graças. De mais a mais, os santos não estão por aí, à disposição, para resolverem os problemas dos devotos, apenas porque estes lhes fazem pedidos e promessas, porque assim teríamos uma inversão de valores absurda, onde Deus está sendo colocado como servo da Sua criação!

Aquele que seguir os princípios religiosos para participar da formação do Mundo Ideal, agindo pragmaticamente para a salvação do maior número possível dos seus semelhantes, usando seu talento, seus conhecimentos, seu tempo, seu amor, sua fé, seu entusiasmo e seus bens materiais, não importando qual seja sua militância religiosa, aí sim estará apto a receber grande proteção divina, não tendo que se preocupar com a própria salvação ou com a de seus descendentes, pois ele estará assim criando condições propícias para que o Criador lhe conceda o caminho da felicidade. _Faça por merecer que a justiça será feita, infalivelmente, como resposta tanto pelo bem como pelo mal praticado.

O verdadeiro religioso sabe respeitar as crenças alheias e sempre procura fazer de si um bom exemplo dos ensinamentos da seita a que pertença, o que não deixa de ser também uma demonstração de grande respeito para com o seu mestre, portanto é importante estar-se constantemente aprendendo e praticando, sem esmorecer.

Pensando bem, isto é muito sério mesmo.

Moacyr de Lima e Silva
Enviado por Moacyr de Lima e Silva em 02/06/2009
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