Perdas Necessárias .
Desde o nascimento passamos por perdas. Perdemos o aconchego do útero. Perdemos a proteção materna. Perdemos a infância.
São as "perdas necessárias", discutidas de forma competente e profunda pela psicanalista Judith Viorst em seu livro lido e relido por mim.
Sempre tive medo de perder, principalmente as pessoas que amo. Quando criança meu terror maior era a morte dos meus pais e meu pai nos deixou quando eu tinha 25 anos.
Sofri outras separações. Perdi as idealizações românticas construídas durantes anos. Perdi as lentes cor de rosa e o mundo mostrou-se por vezes cinza, em outras coloridissimo.
Reagi e sobrevivi a todas as perdas. Atravessei períodos de ansiedades, chorei cachoeiras e alguns sonhos viraram pó.
Caí e levantei várias vezes. Não sem raiva, não sem mágoa, não sem constrangimentos, não sem dor.
O bom é constatar que todas as perdas vividas trouxeram-me ganhos em seu bojo. Só não vejo bem o que ganhei com a morte do meu pai. Quanto às demais já sei sei.
Eu poderia dizer que ao perder virei mulher e deixei de ser menina, mas o processo ainda não terminou. Continuo amadurecendo. Às vezes sou um mulherão, em outros uma menina mimada.
Este texto faz parte do Exercício Criativo Perdas e Ganhos.
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