A MENINA VIVE.
Está lá a menina sonhando. De olhos fechados ou abertos, ela vagueia entre sonhos bonitos e pesadelos
_ Acorda para a vida, menina!
Diz a mãe aflita, sem saber que a menina vive intensamente. Por dentro.
A vida, aos menos atentos, resume-se à agitação cotidiana. Quem mais corre mais vive, acreditam.
Há quem precise ir a todos os eventos para provar que está vivo.
Há quem precise ser visto a toda hora para comprovar a existência.
E há quem simplesmente viva à sua maneira exercitando os sentidos.
A convivência é preciosa. No olhar do outro crescemos. No abraço nos completamos.
Porém, não há ausência de vida no recolhimento periódico. Ao contrário até pode ser bem saudável o mergulho interior de vez em quando.
A menina que sonha o faz no momento certo e talvez esteja vivendo muito mais do que a sua mãe viveu.
Se quiser ainda sairá do quarto com um argumento incontestável à mão na fala de Quintana que disse "Sonhar é acordar-se para dentro."
Pois. Agora mesmo vejo a menina vivendo os sonhos que internamente desenhou.