LIBERDADE

De norte a sul de leste a oeste. Onde você esta? Nas manhas frias do outono? Nos raios fugidios que se esgueiram entre frestas de lembranças? Onde poderia se esconder? O amor que outrora era maior que o mundo.

Eu era tão solitário em busca de companhia de um sincero, na correspondência. Onde fui parar? Me abandonei quando só clamava por ele. Me sentia um ébrio em emoções torpes. De norte a sul de leste o oeste, sem rumo, não aprendi a remar.

Singraria mares se a paz que almejo estivesse por lá em algum lugar perdido em mares turvos ou subiria montanhas, Alpes gélidos a mãos cruas se um sinal viesse de lá. Nos mares da solidão mergulharia para ter sossego novamente.

Por companhia eu afirmava que eu não me bastava, fui ignóbil, a solidão me bastava e eu não sabia, passaram dias, anos e a idade chegou com a debilidade do corpo e da minha mente não tenho a volúpia, tenacidade, gana de outrora no querer fazer e acontecer qualquer coisa. Não chegou a velhice mas me sinto velho e sem força. A procuro nos pensamentos, mas eles não se refletem na realidade. Onde ficou a minha solidão? A deixei. Preciso encontrá-lo agora e rápido. Estou no abismo da companhia. E não vou ter forças para escala-lo e me reencontrar e por Deus é o meu equilíbrio que esta em jogo.

Outrora ficar acordado ou dormir era normal, mas agora é um martírio, dificuldades avassalam minhas necessidades básicas, dependência para quase tudo. Almejava no mínimo quietude. Minas espalhadas nos caminhos explodem em ira. Mas cadê os ventos do outono que levam as velhas folhas para renovar as sombras.

Expio pela janela, ventos trazem e levam nuvens e eu inerte a sofrer com as explosões volúveis que não significam nada até a hora que seus estilhaços findarem alguma coisa, e daí surgir algo novo. Cadê a queda das folhas de outono? O inverno tem que preparar as flores da primavera e depois se tudo der certo vai ser só primavera. Hoje releio esse inferno e o romper desses grilhoes da loucura com duas doses de whiskie oito cigarros em parcos minutos e consegui fugir desse malogrado casamento de 12 anos no dia 10/10/07 as 16:45. VOEI PARA LIBERDADE.