A magia das letras
O prazer, o desejo de escrever nasceram em mim no momento em que aprendi a ler e escrever.
Embora pequena, senti de imediato a magia que existia no ato de juntar letras e formar palavras; mais tarde, o encantamento de criar estórias me deixou radiante.
Sem me aperceber, escrever tornou-se hábito e lazer, ao mesmo tempo. Escrevendo passava meu tempo, me distraindo, dando asas aos meus sonhos em estorinhas românticas.
Qualquer que fosse meu estado de espírito, estava sempre a escrever contos, crônicas, desabafos e até poemas.
Entretanto foi depois de estar mais madura que me dediquei à poesia , que me entreguei ao prazer de criar poemas. Sem nenhuma pretensão ou estudo literário, apenas pelo prazer de colocar no papel sentimentos, sonhos e esperanças.
Somente depois de um bom tempo, percebi que usei a poesia como válvula de escape, como forma de extravasar mágoas e ressentimentos .
Isto me deixou em conflito, pois ser poeta é muito mais que isto.
Ser poeta é buscar a emoção naquilo que aparenta ser frio e concreto como uma pedra, é perceber sentimentos onde parece que só atitudes mecânicas e automáticas, é perceber a beleza, a paz que podem existir onde menos se espera.
Assim, fiquei recolhida um certo período sem escrever, só pensando em como ser um poeta de fato. Mas foi então que a saudade de escrever poemas, de falar das emoções que explodem o tempo todo no universo humano foi se tornando cada vez mais forte.
Tomei uma decisão definitiva : escrever do jeito que me der vontade, em forma de versos comportados, de crônicas malucas, de contos surrealistas, de poemas românticos ou odiosos, pouco se me importa, em que categoria me encaixo, o que importa é continuar escrevendo, pois a magia das letras é irresistível.