A Evolução da Individualidade
A preocupação demasiada, concentrada nas obrigações estafantes e desumanas, frutos da insensatez da sociedade moderna, vai minando as energias corpóreas, levando-nos aos poucos, mas de forma ininterrupta, ao estado de estresse, que, ao atingir graus muito elevados, começa a sobrecarregar as coronárias, até o dia em que o limite é ultrapassado e daí pra frente muita coisa pode acontecer, podendo vir a atropelar nossa trajetória, de forma compulsória e irreversível. Pois é, é isso mesmo que estamos fazendo com a nossa vida – lutando arduamente para atingirmos a satisfação de nos sentirmos realizados, dando mostras de que somos vencedores, para depois, quando chegarmos – se chegarmos – ao ponto de atingirmos uma idade mais avançada, partirmos para o “curtir a vida”, que para muitos é o “não fazer nada”, e ponto final.
A vida nos é concedida para cumprirmos um determinado trato, acordado conforme nosso nível espiritual, antes de nascermos neste mundo da matéria, daí o nosso predestino determinar onde, quando e como deverá ser nossa vinda para cá. Daí, em cumprimento a essas determinações, nosso destino é traçado, de forma a atingir os objetivos criados para nós, só que cabe somente a nós próprios o que deveremos fazer com esse destino – a isso damos o nome de livre arbítrio – portanto está em nossas mãos o nosso crescimento espiritual, dentro da evolução da nossa individualidade, no tempo e no espaço – isso faz parte integrante da Verdade da Criação, mesmo que teimemos em contestar ou não queiramos acreditar. Para atingirmos o nível espiritual suficiente com o fito de ganharmos o mérito de virmos a viver no Mundo Ideal, com tempo suficiente para “curtirmos” bons momentos, é imprescindível lutarmos arduamente para chegarmos lá, e o único caminho só pode ser o do cumprimento da nossa missão de vida, como operários construtores desse novo mundo – fora disso, o melhor mesmo será “pendurarmos a chuteira”, pois nada mais pode ser feito por nós. _O momento é hoje, a decisão é nossa.
A personalidade é aparente, é palpável, é demonstrativa, portanto ela faz parte do mundo físico, onde muitas coisas podem ser escondidas e mascaradas, razão pela qual muitas nulidades acabam sendo enaltecidas e até copiadas por grande número de idolatras e tolos. O culto às personalidades medíocres, porém de destaque na sociedade, só faz por fomentar a valorização de tudo aquilo que não acrescenta nada à evolução da cultura. Se tomarmos como exemplo os participantes dos “reality shows”, que são ovacionados por milhares de pessoas, de qualquer idade, de diversas localidades, até de diferentes níveis culturais, fica fácil compreender o que estou querendo mostrar.
A individualidade é invisível, é interiorizada, é também evolutiva, mesmo quando sofre queda de nível, por influência de energias negativas. A individualidade não envelhece, mas ganha experiência constantemente, ao passar dos tempos. Quando ela se manifesta em sua plenitude, a qualquer momento acaba refletindo na personalidade, a ponto de acabar por desvelar o íntimo que esteja escondido nas aparências ilusórias, sejam elas boas ou más – essa é a hora onde a realidade aparece, provocando frustrações nos menos avisados, justamente naqueles que têm o péssimo costume de fazerem julgamentos, baseados somente nas aparências, achando que são capazes de analisar o bem ou o mal na figura ou nas ações dos outros.
Como a individualidade é inerente ao nosso espírito, a evolução dessa partícula irá nos levar a cada vez mais quantidade de informações e aprendizado, norteando-nos para o crescimento espiritual, fortalecendo nossos sentimentos mais nobres, nossos pensamentos mais elevados e nossa vontade mais tenaz. Toda essa força é que cria o entusiasmo necessário para nos propormos a lutar pelo objetivo maior de alcançarmos o iluminismo, o único caminho da salvação plena, espiritual e física, ou seja, o caminho da preparação para ganharmos o mérito de vivermos como habitantes do Mundo Ideal, logo após a depuração de toda sujeira material e espiritual, que foi espargida neste planeta, durante tantos séculos, e que nos dias de hoje está chegando ao limite.