Tudo bem!
Águida Hettwer
 
 
     Curioso de como nos defendemos de possível opressores, pelo simples fato, de sermos interrogados de como estamos, usamos de uma linguagem econômica, contamos sílabas para dizer que estamos bem. Como se estar bem, fosse ditadura, ou exílio na certa em algum forte.
 
 
   Esboçamos tal conceito sem perceber, por que talvez a sinceridade lhe custe à vida passada a limpo, e como se fosse revelado a deus dará aos ecos de um alto falante. É preferível remediar a ferida, antes que sangre, amenizando a dor sentida, vigiando o próprio vocabulário. Onde a ameaça e censura.
 
 
 E a saída de emergência, fica um pouco longe da dura realidade. A cova está aberta, basta apenas que lhe empurrem. Os olhares maldosos, não dormem no ponto. Mas são eles que nutrem seus agouros em prisões.  E trancafiam emoções em nome das aparências.
 
 
 A entrega exige aceitação, por isso à sinceridade mora ao lado do silêncio, pactua de harmonia, sem falsas promessas. Aceita sem contestar, os “motivos da ação” e eles são amigos do bom censo. A liberdade do pensar e agir, consiste em sermos gente, tomando pra si as razões do outro.
 
 
 E renovar os votos com a felicidade, custe-nos um preço salgado, mas pode ser parcelado em cartão de crédito em suaves prestações a perder de vista. As lembranças não têm prazo de validade, são recursos renováveis.  O amor transborda em fonte de compreensão, une-se em mosaico de diálogo.
 
 
   Não nascemos para sermos sozinhos, vivemos para desfrutar confiança, pessoas felizes, envelhecem juntas, apóiam-se umas nas outras. Ainda que a legenda do olhar precise de tradução. Para amar não precisa de explicação, ama-se com ou sem razão.
 
 
   Um lápis colorido sem pontas, não tem serventia, é apenas um lápis...
 
 
27.05.2009