Dias de Maio

Você já ouviu falar em dias cinzas? Não somente aqueles em que o céu está nublado, mas aqueles em que simplesmente você está se sentindo estranha, pessimista, incorreta, inadeqüada, simplesmente triste?

Foi num desses dias, que dirigindo meu carro me perguntei o que estava acontecendo comigo. Seriam os problemas atuais? Não acredito, eles estão aí há muito tempo, e de uma certa maneira lido com eles de uma forma serena.

A vontade é de simplesmente não fazer nada.

Então encontrei um meninho, com um problema sério, daqueles reais, que a lamentação é compreendida.

Enquanto perguntava coisas sobre seu problema, ele simplesmente respondeu...Não se preocupe, não é nada sério!

E eu, nos meus 31 anos, me perguntei qual a diferença entre mim e aquele menino que tão tranquilamente lidava com seu sério problema e eu, sem nenhum, mantinha uma cara constante de tristeza.

Os clichês de que ele ainda não sabe o que realmente é um problema, de que não sabe o quanto a vida é séria e difícil não correspondiam ao que eu sabia da história dele. A vida dele era difícil, sim; séria, sim.

Mas esse menino não estava preocupado com que roupa estava vestindo, se seu carro era novo, se poderia viajar no final do ano, se poderia comprar aquele tênis tão bonito.

Seu problema era um problema, não tinha solução, apenas ações compensadoras.

O meu tinha: menos futilidade, mais coragem, menos reclamação, mais apreciação.

E assim um de 7 ensinou uma de 31.

Os dias de Maio são interessantes, sabemos que temos todo o inverno ainda pela frente, mas uma linda primavera como prêmio de superação.

Isso é fé, isso é esperança.