O vazio: uma porta aberta ao alcoolismo
“Um companheiro nas horas de solidão, este que me entende, que me ouve, me dá coragem e alivia” - o álcool. Ante a citação, a idéia de preenchimento prevalece. O vício se prolifera em uma lacuna do ser humano, um vazio, uma carência, vindo a completar este espaço que se encontra com as portas abertas e de fácil acesso.
E, por melhor que se fechem as portas, sempre haverá o risco de o companheiro vir a bater a procura de ajuda, e a um ex-companheiro não se nega auxílio, correndo o risco através de uma diminuta fresta a amizade recomeçar.
As dificuldades de se abnegar ao álcool são constantes, seja de origem hereditária, ou habitual, é o que se percebe diante dos consumidores assíduos de bebidas alcoólicas. Eternas lutas familiares, com colegas, empresas, e consigo, numa constante reposição de cortinas.
Abandona-lo não é tarefa fácil, mas conhecer novos amigos, novas possibilidades, isto é possível. Preencher esta carência interna de modo a assegurar completa intransponibilidade, mobiliando a residência com os mais ricos e sofisticados recursos permitidos, ou simplesmente saboreando uma pequena lata de leite condensado.