Eu não queria ser Deus
Não se assuste, pois não é prepotência, nem tão pouco estou a desdenhar dos poderes de um “Ser Supremo”, que de alguma forma controla todo o ar que respiramos. E sucinto aqui o tal ingrediente necessário a vida humana, que nas cadeiras de escola aprendi a conhecer como H2O, elemento vital a existência daqueles enquadrados como “seres vivos”, que se abastecem deste combustível eterno e constante, e é neste termo final, que nós, seres vivos e humanos nos perdemos; “constância”, tenho a certeza de ser este a falta de amor, de perdão, de gratidão e de todos os outros adjetivos que completem o que é necessário para um perfeito relacionamento entre o seu e o meu, entre as minhas e as suas, entre você e o outro, pois falta esta capacidade a nós seres vivos – constância – e neste desdenho tudo vai por água abaixo, ou morro abaixo, ou até mesmo esgoto abaixo. Mas, me perdoem. Me perdoem por todos os momentos onde eu fui o invés, fui o retrocesso da espécie, justamente no momento que alguém mais precisou, não estava lá, e quando por lá estive, não me preocupei em perceber. Não adianta pedir perdão apenas com um sorriso estampado cheio de dentes amostra, o importante é a constância, e é neste enclauso que eu não queria ser Deus, pois, num horizonte muito menor de espaço vivido, me decepciono tanto com os outros, imagine ser Aquele, que esta aqui, ali, acolá, lá, onde quer que seja o mais distante, Estará por lá, a se decepcionar com a falta de constância do próximo, das suas criaturas, daqueles que respiram este H2O permitido por Ele. Mas, vamos viver, levantar a cabeça, tentar absorver, e não permitir em nós a quebra da constância...
Onofre Junior – Um sonhador