DESAPEGOS

São desapegos disfarçados de palavras que destroem os detalhes, as partes do todo que por vezes não se sentem juntas, não se sentem unas.

Desapegos projetados em futuro não são planos, são esperanças estranhas que contrariam o sentido de prever o que ainda vem.

São distâncias, de fato, conservadas pelo limite do diálogo e pela indiferença da resposta. O momento que fora soberano e que no presente, encontra-se dividido em mil pedaços importantes, roubando assim, a totalidade do agora.

Desapego não se junta com o quente, na verdade, desapego é frio, sem incômodos nem reclamações, porque afinal, nunca se aproxima, nunca se atinge.

Talvez seja uma forma de olhar mais pra dentro e esquecer o que circunda a volta. É, quem sabe seja isso, só não diga que é cansaço, porque não é fadiga, é ausência de vontade, é desapego e só.

Madalena Sofia Galvão Viana
Enviado por Madalena Sofia Galvão Viana em 26/05/2009
Reeditado em 27/05/2009
Código do texto: T1616649
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.