A CASA COLORIDA
 
 
         Era uma casa muito engraçada. Por cada janela que se abria, entrava uma cor como raio de sol, mas sem calor, o que mais ela mostrava era um grandioso dégradé iluminando tudo, dando vida e beleza; era incrível! Outra janela que se abria, até no mesmo aposento era outra cor, mas que penetrava com a mesma capacidade e, sua cor alarmantemente mais poderosa em colorir e se harmonizar com a primeira já instalada. Quem olhava ficava aturdida com tanto entrosamento de tons e novos tons e tudo ficando mais encantador. Tão lindo que dava vontade de ali se instalar. E a janela do quarto oposto? Será que acontece o mesmo? Nossa! Uma cor nova, diferente, mas de uma doçura de criança querer dormir! Parecia que a paz resolvera se abrigar ali e pintar de paz todas as paredes, com um poder tão grande que iluminava o chão de doce e o fazia ser macio de querer deitar...
         E se abrir a porta... Que responsabilidade... Só de abrir até as menores janelas entrava cada nuance de luz e cor nunca percebidas, agora, ...abrir a porta? Será que foi a noite que fez essa transformação para o novo dia? É de o coração bater até mais forte diante desta investida; será preciso coragem de acolher algo maior ainda? Engraçado, ver a beleza senti-la, compreendê-la, agora é que chega a noção de coragem e destemor, também uma responsabilidade de ter capacidade entender as coisas sublimes, as mais essenciais...
Diante da porta: “Porta quê mais de colorido acontecerá ao te abrir?