FATOS MUSICAIS III - BOLA QUICANDO NA FRENTE DO GOL

Este negócio de analisar músicas percebendo nas entrelinhas o que o compositor esconde é muito divertido. Tanto para nós que vamos viajar pelo mundo psicológico sugerido pelo que não foi dito como para, acredito, o compositor, autor da letra, que dará gargalhadas relaxantes quando a interpretação coincidir, ou não, com a realidade. O importante é não prejudicar ninguém. É não atrair coisas negativas para nós. Portanto, vamos focalizar estas interpretações no lado bem humorado da piada, da comédia, da brincadeira. Sendo assim, as interpretações a seguir têm o caráter caricatural, sem base científica nenhuma, não passando de um divertimento do nosso intelecto.

Sempre falo para meu cunhado Guto, nosso futuro deputado, que não podemos deixar a bola quicando na frente do gol, por que chega logo um para chutar. Desta vez quem deixou a bola quicando foi o grande mestre Adoniran Barbosa. E eu vou chutar. Kkkkkk!

Vejamos a letra do “Trem das Onze”: Não posso ficar / Nem mais um minuto com você / Sinto muito amor / Mas não pode ser / Moro em Jaçanã, se perder esse trem / Que sai agora às onze horas / Só amanhã de manhã. / Além disso, mulher / Tem outra coisa, / Minha mãe não dorme / Enquanto eu não chegar, / Sou filho único / Tenho minha casa para olhar / E eu não posso ficar.

Grande sucesso, clássico da MPB. Adoniran Barbosa, grande compositor paulista, do Bixiga, está fazendo falta. Tem todo meu respeito e admiração. Mas este seu personagem aí…..não sei não ! Tá querendo enganar a quem? Qual o malandro, em todas as épocas, que deixa o bem-bom de ficar com a mulher amada, às onze horas, onde a noite é uma criança, por causa da mamãe? Essa está difícil de aceitar. Desconfio que ele não poderia ficar nem mais um minuto com a amada porque, no mínimo, era casado lá em Jaçanã. E com uns três filhos para criar. E assim não deveria dar “bandeira”. Kkkkkkkk!!! Desculpe Adoniran, mas malandro dá nó até em pingo d’água. Chutei!

Faço um alerta aos frequentadores de casas noturnas, que trabalham com música ao vivo. Cuidado para não deixar quicando. Sem querer generalizar devo informar que músico é o tipo de profissional que adora fazer uma gozação. Se deixar quicando ele não vai pensar duas vezes. Vai chutar. Outro dia um grande músico, compositor e intérprete de Brasília, soltava sua voz macia, dedilhando sua viola iluminada, numa linda canção quando chegou um pedido, escrito no guardanapo, para ele tocar Ronda. “De noite / Eu rondo a cidade / À te procurar / Sem encontrar.....”, de Paulo Vanzolini, lembram? Só que o rapaz que fez o pedido escreveu Ronda com H. Ficou Honda. Aí nosso cantor, não perdeu tempo e chutou a bola que estava quicando, leu o bilhete e disse:

- Tem um pedido aqui que vou interpretar ao pé da letra. Rooorommmmmmmm. Imitando o motor de uma motocicleta. Kkkkk. O cara deixou quicando.... levou!!!

Que Nossa Senhora do Eixão proteja nosso público dos músicos sacanas.