PAUSA
À noite, no papo por telefone e internet com minha filha, uma sintonia boa, acabei ouvindo dela uma frase, íntima e confiante, que me encantei de sermos tão amigas.
Si sofri ou sofro com a outra filha que se afastou, com esta é só o bom, a confiança. Um bem que todos desejam. Confiança mútua e plena. Sentindo-a animada e feliz, encerramos nosso papo.
Desliguei telefone e internet.
Levantei e senti uma tontura na testa.
Assustei-me de estar sozinha. Fui me estender no sofá, e a sala rodou.
Ai meu Deus, a gente não quer pensar, impedir que o pensamento venha á tona... ...mas será que chegou a minha hora de terminar?
Dei um tempo até que, imóvel, a sala também se estabilizou. Alívio.
Não quero pensar na morte. Não tenho medo da morte, é só um mistério, e respeito e aceito. Vai ser algo natural, não tem nada demais: a gente vai virar natureza. Só.
Mas gosto tanto da vida, cada dia é tão bom viver, e eu quero escrever meu livro.
Telefonei para o meu filho contando, e sugerindo que seria bom ele vir dormir aqui, comigo.
Ele veio.
Já me tranqüilizei. Rezei.
Soltei o corpo na cama me ajeitando para dormir, com a sua presença tranqüilizadora.
Puxei o lençol, cobrindo-me mais, com receio.
Mas novo dia, desperto bem. Fico apreciando os selinhos na sua alegria na varanda. É lindo. Passam vida pro dia.
São vida. São Deus.
À noite, no papo por telefone e internet com minha filha, uma sintonia boa, acabei ouvindo dela uma frase, íntima e confiante, que me encantei de sermos tão amigas.
Si sofri ou sofro com a outra filha que se afastou, com esta é só o bom, a confiança. Um bem que todos desejam. Confiança mútua e plena. Sentindo-a animada e feliz, encerramos nosso papo.
Desliguei telefone e internet.
Levantei e senti uma tontura na testa.
Assustei-me de estar sozinha. Fui me estender no sofá, e a sala rodou.
Ai meu Deus, a gente não quer pensar, impedir que o pensamento venha á tona... ...mas será que chegou a minha hora de terminar?
Dei um tempo até que, imóvel, a sala também se estabilizou. Alívio.
Não quero pensar na morte. Não tenho medo da morte, é só um mistério, e respeito e aceito. Vai ser algo natural, não tem nada demais: a gente vai virar natureza. Só.
Mas gosto tanto da vida, cada dia é tão bom viver, e eu quero escrever meu livro.
Telefonei para o meu filho contando, e sugerindo que seria bom ele vir dormir aqui, comigo.
Ele veio.
Já me tranqüilizei. Rezei.
Soltei o corpo na cama me ajeitando para dormir, com a sua presença tranqüilizadora.
Puxei o lençol, cobrindo-me mais, com receio.
Mas novo dia, desperto bem. Fico apreciando os selinhos na sua alegria na varanda. É lindo. Passam vida pro dia.
São vida. São Deus.