Amém...
Águida Hettwer
Até quem negue de pé junto, ainda assim não me convenceria, ando a paisana atrás das letras, faço lista de pensamentos, rebobino as lembranças de infância, e me vem à cena do chamado da mamãe, procurando-me e eu escondida, rabiscando nas portas do armário.
Pequeno delito do qual fui absolvida, como pagamento, fiz pacto com as palavras, presto serviço voluntário. E na varanda da alma, range meus pensamentos, feito cadeira de balanço. Limpo os pés no capacho da memória, e ainda sinto o perfume de rosas, colhidas no jardim à frente de casa.
Nunca namorei no portão, por que simplesmente não tinha, e precisaria para quê, pergunto eu ao passado. Se o único risco seria de um beijo roubado e a vizinhança comentando do lado. Bons tempos àqueles que o sermão vinha com prenda de orações. E a simplicidade tinha sabor de fruta madura, apanhada na campina.
E se ter uma mochila de lembranças nas costas, é sinônimo de rebeldia, estou condenada. A terra vermelha encardiu-me a alma, deito-me a sombras dos pés de chorões e o vento minuano espalha minhas ideias. Tinge o céu de aquarela, pisando em sonhos de algodão.
No palco da vida, sou a platéia, o oculto trabalhador dos bastidores, o diretor e o protagonista da minha história. Rezo terço de poesias, conto histórias minhas e suas nas entrelinhas. Cruzando os dedos em adoração a Deus, sou página em branco, onde Ele me tem pelas mãos, e molda-me pelas bordas.
E no término de mais um dia, as cortinas se fecham, as luzes se apagam, que eu possa devolver as letras as emoções e anseios que tomei emprestado. E o meu falar e agir que rege meu mundo seja por amor, espelho de vida.
Assim seja!
22.05.2009
Águida Hettwer
Até quem negue de pé junto, ainda assim não me convenceria, ando a paisana atrás das letras, faço lista de pensamentos, rebobino as lembranças de infância, e me vem à cena do chamado da mamãe, procurando-me e eu escondida, rabiscando nas portas do armário.
Pequeno delito do qual fui absolvida, como pagamento, fiz pacto com as palavras, presto serviço voluntário. E na varanda da alma, range meus pensamentos, feito cadeira de balanço. Limpo os pés no capacho da memória, e ainda sinto o perfume de rosas, colhidas no jardim à frente de casa.
Nunca namorei no portão, por que simplesmente não tinha, e precisaria para quê, pergunto eu ao passado. Se o único risco seria de um beijo roubado e a vizinhança comentando do lado. Bons tempos àqueles que o sermão vinha com prenda de orações. E a simplicidade tinha sabor de fruta madura, apanhada na campina.
E se ter uma mochila de lembranças nas costas, é sinônimo de rebeldia, estou condenada. A terra vermelha encardiu-me a alma, deito-me a sombras dos pés de chorões e o vento minuano espalha minhas ideias. Tinge o céu de aquarela, pisando em sonhos de algodão.
No palco da vida, sou a platéia, o oculto trabalhador dos bastidores, o diretor e o protagonista da minha história. Rezo terço de poesias, conto histórias minhas e suas nas entrelinhas. Cruzando os dedos em adoração a Deus, sou página em branco, onde Ele me tem pelas mãos, e molda-me pelas bordas.
E no término de mais um dia, as cortinas se fecham, as luzes se apagam, que eu possa devolver as letras as emoções e anseios que tomei emprestado. E o meu falar e agir que rege meu mundo seja por amor, espelho de vida.
Assim seja!
22.05.2009