Sobre a preguiça(EC)
Que nada é impossível
não é verdade;
todo o mundo faz nada
com facilidade
(Millor Fernandes)
Coloquei Ladeira da Preguiça de Gilberto Gil, na voz mágica de Ellis Regina e me dispus sem nenhuma preguiça a fazer uma pesquisa a respeito. E enquanto ouvia os volteios da diva “Essa ladeira, que ladeira é essa? Essa é a ladeira da preguiça”, um soninho gostoso foi se apoderando de mim e eu fechei o computador e me espichei na rede. E naquele limite entre o sono e o sonho fui rascunhando na mente o que eu deveria escrever quando a preguiça acabasse. Me lembrei de uma frase de Mário Quintana afirmando que a preguiça é a mãe do progresso porque se o homem não tivesse preguiça de caminhar não teria inventado a roda. Da mesma opinião era a Dame Agatha Christie, que nunca teve nenhuma preguiça de escrever, garantindo que as grandes invenções surgiram da preguiça com o objetivo de poupar trabalho. Acompanhada de tão ilustres pessoas comecei a questionar se a preguiça era mesmo um pecado, se não havia algum engano ao relacioná-la ao lado de coisas tão horríveis como os seus companheiros capitais, esses sim, verdadeiros pecados. Pensando bem até Jesus no Sermão da Montanha nos convidou a contemplar os lírios do campo afirmando que eles, apesar de não trabalharem e nem fiarem cresciam com um brilho maior do que Salomão , que com toda a sua glória nunca conseguiu se vestir como eles. Se isso não é pregar a favor da preguiça então eu não sei o que é. Há pouco tempo aprendi a fazer poetrix, uma forma deliciosa de escrever que muitos confundem com um jeito preguiçoso de escrever. Mas não é. Apesar de conter apenas o título mais três versos com até trinta sílabas dá um trabalhão fazer. O bom é que a gente não precisa escrever, fica só pensando e aí quando fica pronto na mente a gente escreve. Gasta pouco papel e pouca tinta. Quer ver um exemplo?
Preguiça
Quando levanto
Ajeito a cama
Para dormir.
Se alguém acha que criar esse poetrix foi fácil então que faça um para ver o quanto fosfato é preciso gastar.
Por pura preguiça eu ainda não li Domenico de Mais e seu Ócio Criativo mas imagino que nessa obra esteja o elogio máximo da preguiça. Assim que der, vou comprar e ler, vagarosamente. E aprender com ele como tornar criativa a minha preguiça.
Mas agora vou parar de falar sobre o assunto. Preciso de uma soneca antes do almoço.
Este texto faz parte do desafio Exercícios Criativos - Os 7 pecados capitais. Procure ler os outros, todos com a marca EC.
Que nada é impossível
não é verdade;
todo o mundo faz nada
com facilidade
(Millor Fernandes)
Coloquei Ladeira da Preguiça de Gilberto Gil, na voz mágica de Ellis Regina e me dispus sem nenhuma preguiça a fazer uma pesquisa a respeito. E enquanto ouvia os volteios da diva “Essa ladeira, que ladeira é essa? Essa é a ladeira da preguiça”, um soninho gostoso foi se apoderando de mim e eu fechei o computador e me espichei na rede. E naquele limite entre o sono e o sonho fui rascunhando na mente o que eu deveria escrever quando a preguiça acabasse. Me lembrei de uma frase de Mário Quintana afirmando que a preguiça é a mãe do progresso porque se o homem não tivesse preguiça de caminhar não teria inventado a roda. Da mesma opinião era a Dame Agatha Christie, que nunca teve nenhuma preguiça de escrever, garantindo que as grandes invenções surgiram da preguiça com o objetivo de poupar trabalho. Acompanhada de tão ilustres pessoas comecei a questionar se a preguiça era mesmo um pecado, se não havia algum engano ao relacioná-la ao lado de coisas tão horríveis como os seus companheiros capitais, esses sim, verdadeiros pecados. Pensando bem até Jesus no Sermão da Montanha nos convidou a contemplar os lírios do campo afirmando que eles, apesar de não trabalharem e nem fiarem cresciam com um brilho maior do que Salomão , que com toda a sua glória nunca conseguiu se vestir como eles. Se isso não é pregar a favor da preguiça então eu não sei o que é. Há pouco tempo aprendi a fazer poetrix, uma forma deliciosa de escrever que muitos confundem com um jeito preguiçoso de escrever. Mas não é. Apesar de conter apenas o título mais três versos com até trinta sílabas dá um trabalhão fazer. O bom é que a gente não precisa escrever, fica só pensando e aí quando fica pronto na mente a gente escreve. Gasta pouco papel e pouca tinta. Quer ver um exemplo?
Preguiça
Quando levanto
Ajeito a cama
Para dormir.
Se alguém acha que criar esse poetrix foi fácil então que faça um para ver o quanto fosfato é preciso gastar.
Por pura preguiça eu ainda não li Domenico de Mais e seu Ócio Criativo mas imagino que nessa obra esteja o elogio máximo da preguiça. Assim que der, vou comprar e ler, vagarosamente. E aprender com ele como tornar criativa a minha preguiça.
Mas agora vou parar de falar sobre o assunto. Preciso de uma soneca antes do almoço.
Este texto faz parte do desafio Exercícios Criativos - Os 7 pecados capitais. Procure ler os outros, todos com a marca EC.