Não, paixão!
Hoje pego a pena para chorar minhas mágoas. Ah, como se não fosse comum fazer isso no papel; como se não fosse comum enrugá-lo com minhas lágrimas... Hoje me desfaço da beleza da vida, me tiro o direito a paixão.
Não à paixão pela vida, mas pelas pessoas. Acho que devemos amar a vida, ela é única e suficiente para cada um de nós. Só não quero amar pessoas. Não, ninguém me decepcionou... Mas não as quero perder...
Sinto ainda a última perda no meu coração... Cada lembrança da parte doce de uma infância vindo à tona... Cada cheiro, gosto, olhar... Sinto meus braços estendidos, tentando, inutilmente, segurar sua mão, admirar seu sorriso e seus olhos fitando os meus.
A partir de hoje juro que não vou mais amar. Não vou mais me apaixonar. Gostar é diferente. Mas nada mais vai ser considerado eterno em minha vida. A eternidade é muito longa para ser entediante...