Vai um cigarrinho aí?
Evidentemente preferiria iniciar com uma outra palavra, porém é evidente mesmo que o cigarro faz mal. Li recentemente que os resíduos do tabaco deixados em suspensão nos ambientes fechados passam a repousar sobre todas as superfícies destes e, com sua constituição de chumbo, arsênico e outros elementos, fazem mal à saúde ao serem levados à boca de crianças, por exemplo, após estas passarem as mão por estas superfícies “contaminadas”. Nesta mesma reportagem, o autor defende a ampliação das proibições do fumo no maior número de ambientes possíveis. O que me impressiona são estratégias usadas na repressão ao fumo. Se existem milhões de fumantes e apenas algumas fábricas de cigarro, por que não obrigar os fabricantes a retirarem as tais substâncias do cigarro ao invés de reprimir aonde a repressão jamais esteve aos já humilhados fumantes? Será que é porque os governos estão comprometidos com os empresários? Porque a própria sociedade repressora (o que é compreensível) não dirige as suas baterias para os fabricantes com seus componentes cancerígenos? Porque preferem caçar as bruxinhas fumantes ao invés dos cartéis de fabricantes? Às vezes desconfio que o que os leva a esse apoio tão indiscriminado é, na verdade, o incomodo da fumaça do cigarro e não suas eventuais conseqüências à saúde. Que o câncer é usado apenas como argumento. Se assim o for tudo não passa de um golpe baixo e inconsciente tal como o “esquecimento” de se exigir uma legislação severa sobre a fabricação (no mundo das drogas ilícitas seria “sobre o traficante”). Se já se fala em descriminalizar o uso da maconha porque criminalizar o uso do cigarro? A prosseguir neste crescente já antevejo passeatas com faixas pró-tabaco nas ruas das grandes cidades daqui a alguns anos. Evidentemente que compreendo o mal-estar desse vício. Que apoio a proibição do fumo em ambientes fechados. Mas que isso está virando uma histeria está. Enquanto isso se abocanha gordos impostos sobre o maldito tabaco fazendo a alegria do governo e o sorriso vingativo dos contestadores mais irreverentes