Ô maldade
Volta e meia a gente se surpreende com alguma maldade dita involuntariamente, mas que, no final, fica engraçada, dependendo, claro, do humor do “ofendido”. Hoje, no café da manhã, conversávamos amenidades, eu, minha mãe e minha irmã. Os assuntos iam tomando rumos diversos e nem víamos passar o tempo. É muito bom ter esse hábito de fazer as refeições em família, principalmente se a harmonia impera voluntariamente. Nossa mãe precisa de cuidados, pois está com oitenta e seis anos e o ombro direito quebrado e deslocado. Ela diz que não vai operar porque a limitação de movimentos vai se manter e o risco é grande em função da idade avançada e o custo benefício não vale o risco. E ficamos tentando encontrar coisas que ela pudesse fazer apenas com a mão esquerda já que a destra já não estava tão destra assim, pelo contrário; ela conta agora com duas mãos esquerdas sendo que uma é ainda mais esquerda que a outra. Foi quando a minha verve malvada se pronunciou. Mãe, disse eu, com apenas uma das mãos as únicas atividades que consigo ver para você é jogar PING PONG ou BILOQUÊ. Ela até tentou ficar séria, mas não conseguiu. So não me arrependi porque as risadas foram muito boas.