O DESCASO COM A EDUCAÇÃO PAULISTA

O DESCASO COM A EDUCAÇÃO PAULISTA

OU

COMO O PSDB DESTRÓI A EDUCAÇÃO

Jorge Linhaça

Pela segunda vez este ano, um escândalo envolvendo livros didáticos adquiridos e distribuídos pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo chega aos noticiários.

A primeira foi um livro onde o mapa da América do Sul era uma verdadeira piada com o Paraguai aparecendo duas vezes em locas diferentes, além de outros absurdos.

Agora distribuíram milhares de livros de conteúdo semi pornográfico e com incitação à violência física e verbal aos alunos da terceira série do ensino fundamental.

O sr. José Serra, com a sua cara de pau costumeira, disse que foi instaurada sindicância e que os responsáveis serão punidos.

Ora, Sr. José Serra, se os responsáveis serão punidos o Sr. deve ser o primeiro a punir-se, afinal, qualquer gestor, de qualquer entidade sabe bem que delega-se autoridade e não responsabilidades.

Afinal, Sr. governador, quando o senhor vai para a frente das câmeras de tv,

no horário eleitoral, qualquer dado apresentado é sempre do SEU governo,

nessas horas não foi o Zé da Silva que comprou os livros, passa a ser "o José Serra comprou" não é verdade?

José Serra entregou "x" estações de metrô, mas quando as pessoas morreram lá no buraco de Pinheiros, a culpa deixa de ser sua e passa a ser de terceiros...oras, quem assinou o contrato e não fiscalizou, deveria responder criminalmente também pelo acontecido.

Ou será que o senhor só quer ser lembrado pelos louros tucanos?

Se o seu secretário de educação é incompetente, já não deveria estar à frente da educação de nosso estado há muito tempo.

O fato é que, para o PSDB, educação sempre foi uma questão de maquiagem de números, como quando se criou a aprovação automática em várias séries escolares a fim de fantasiar os índices de repetência que se perpetuavam durante a gestão de Mário Covas.

Quem ainda se lembra da recuperação de um mês , no início do ano letivo, para poder aprovar o maior número de alunos possível a fim de não deixar de receber recursos do Banco Mundial?

Nos longos anos em que o eleitorado paulista votou em sua legenda, a educação só fez piorar até chegar aos últimos lugares nos índices do país.

Agora o Rio Grande do Sul vai pelo mesmo caminho.

Coincidência ?

Seja o que for o fato é que o PSDB governa(?) os dois estados.

Talvez o ilustre governador esteja apenas preparando o caminho para privatizar a educação paulista, já que apenas o que o PSDB parece saber fazer é privatizar seja lá o que for.

Chegamos ao absurdo de, o mas rico e importante estado do país, não possuir mais um banco estatal.

Fica a pergunta:

Quem ganha com isso ?

Para onde vai o dinheiro das privatizações?

Por certo não vai nem para a educação nem para a saúde.

Por outro lado os gastos com campanhas eleitorais para manter a hegemonia tucana são cada vez maiores.

Desde os tempos de Mario Covas, endeusado pelo PSDB, a educação paulista afunda cada vez mais na areia movediça da degradação.

Valorizar o professor é muito mais do que dar abonos para quem trabalha doente...( trabalha doente sim, pois se tiver faltas abonadas ou justificadas o abono deixa de existir), valorizar o professor é dar condições de trabalho reais.

É parar de fazer escolhas meramente políticas para os cargos chave.

Dos teóricos da educação, até o professor na sala de aula, há uma distância muito grande a ser percorrida, aliás arriscaria dizer que existe um enorme fosso a separar os dois mundos.

Chegar ao ponto de um governo permitir ( sim, permitir, pois delegou a incompetentes a tarefa) que esse tipo de material chegue às escolas, demonstra bem o cuidado que o tal partido tem com a gestão pública, da qual tanto se orgulha.

Mas talvez isso possa até ser compreensível, pois escola não gera renda para o estado, então que se danem os alunos e os professores.

O fato de muitas escolas serem praticamente depredadas pela geração de alunos criada pela política educacional dos pseudo-governantes, parece ser na realidade o único motivo de alegria para os mesmos, já que sempre há como superfaturar alguma coisa.

Vou dar aqui um pequena sugestão ao governador e seus associados:

Cada vez que algo for roubado, destruído ou depredado em uma escola pública, que seja descontado do salário dos ditos cujos.

Quem sabe assim comecem a perceber que emburrecer os alunos a cada ano, ( já que é consenso geral que quanto menos instruído ou esclarecido, mais fácil o povo é de ser manipulado) visando ganhar com isso nas urnas, é uma faca de dois gumes, que cedo ou tarde estará apontada para as suas próprias gargantas.

ACORDA SÃO PAULO!

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Arandú, 19 de maio de 2009