Café morno...
Águida Hettwer
Sentada em um confortável estofado lilás, folheando uma revista qualquer de esculpidas imagens de famosos, aguardando ser chamada para mais uma consulta de rotina. Falta-me o silêncio dos pensamentos nessas horas, entretida observando o vai e vem das pessoas.
Feito um intrigante e metafórico poema sendo escrito, vou desvendando as almas, em desleixo alinhado de suposições. Quando chega à casa dos trinta e uns, percebe-se o peso a mais na silhueta, de casamentos monótonos, olheiras profundas e risos contidos e amarelados.
A memória recuperar o tempo estático, nos porões das inquietações, retorna a dar os primeiros passos no pátio da infância, pintando sonhos em riscos mal feitos. Cresce em rebeldia de adolescente, converte-se na maturidade, e muitas vezes deixam-se morrer aos poucos na rotina dos dias.
No mural da vida, nenhum recado ousado, e muito menos um encontro marcado, para quebrar a rotina, curar as feridas e noites mal dormidas. Nenhum beijo roubado, nem papo furado, misturado em boas gargalhadas. Que tal uma roupa cheirando a nova, escrito na etiqueta, “Vá ser feliz”.
Quando o viver entra num processo de rotina constante, a melodia sempre a mesma, tudo fica “mecânico”, sem emoção. É como preparar um delicioso café, e ir prová-lo, quando já está morno, amargo e forte. O gole tem gosto de ferrugem e cheirando a velharia.
Se a vida lhe sorrir hoje, aproveite!
Se não... Faça cócegas nela.
18.05.2009
Águida Hettwer
Sentada em um confortável estofado lilás, folheando uma revista qualquer de esculpidas imagens de famosos, aguardando ser chamada para mais uma consulta de rotina. Falta-me o silêncio dos pensamentos nessas horas, entretida observando o vai e vem das pessoas.
Feito um intrigante e metafórico poema sendo escrito, vou desvendando as almas, em desleixo alinhado de suposições. Quando chega à casa dos trinta e uns, percebe-se o peso a mais na silhueta, de casamentos monótonos, olheiras profundas e risos contidos e amarelados.
A memória recuperar o tempo estático, nos porões das inquietações, retorna a dar os primeiros passos no pátio da infância, pintando sonhos em riscos mal feitos. Cresce em rebeldia de adolescente, converte-se na maturidade, e muitas vezes deixam-se morrer aos poucos na rotina dos dias.
No mural da vida, nenhum recado ousado, e muito menos um encontro marcado, para quebrar a rotina, curar as feridas e noites mal dormidas. Nenhum beijo roubado, nem papo furado, misturado em boas gargalhadas. Que tal uma roupa cheirando a nova, escrito na etiqueta, “Vá ser feliz”.
Quando o viver entra num processo de rotina constante, a melodia sempre a mesma, tudo fica “mecânico”, sem emoção. É como preparar um delicioso café, e ir prová-lo, quando já está morno, amargo e forte. O gole tem gosto de ferrugem e cheirando a velharia.
Se a vida lhe sorrir hoje, aproveite!
Se não... Faça cócegas nela.
18.05.2009