As deficiências da sociedade (part I)

É interessante observar a sociedade.

Uma pessoa que sofre isolamento social é a que mais interage com o meio. Eu nunca tinha pensado dessa forma, mas há uma lógica tão óbvia e ao mesmo tempo tão fantástica nisso!

Durkheim dizia que o que rege a sociedade é o fato social, este era o objeto de estudo principal dele. Compreende-se por fato social toda e qualquer forma de coerção sobre um indivíduo, e essa pressão vem do exterior, ou seja, da sociedade. Certo? Certo! E quando uma pessoa não se enquadra no contexto sofre uma sanção deste mesmo meio. Pois é, só que para que esta sanção exista, é necessário que haja uma interação com a sociedade em questão.

Usemos um exemplo comum:

Ricardo* não se enquadra no modelo familiar que lhe é imposto, logo, a família irá isolá-lo, entretanto, para isso é preciso que ele exponha suas idéias, ele precisa agir de acordo com suas idealizações e crenças – não necessariamente religiosas.

Parece tão óbvio, não é? Mas, eu não conheço muitas pessoas que pensem desta maneira, ou ao menos ninguém nunca me expôs nada desta maneira.

As pessoas são diferentes, isso é um fato tão óbvio! Deveria seguir a mesma linha de obviedade a valorização da consciência individual, afinal, cada um é dono de seu livre arbítrio; no entanto, a sociedade como um todo impõe seu julgamento e condenação acima do direito natural do ser humano.

É possível concluir que as pessoas mais isoladas, socialmente falando, são as que mais pensam; provavelmente as mais inteligentes, porque há sentido quando digo que quanto mais se raciocina acerca de uma problemática, mais ramificações da mesma serão encontradas, e novas racionalizações precisarão ser feitas.

Interessante isso, muito interessante... Ainda tem muito a desenvolver, o meu texto, mas por hora, prefiro analisar mais.

*Ricardo pode ser qualquer pessoa que se identifique com o exemplo, por assim dizer.