Invasão ao Imperial Center

Tudo parecia taciturno no Imperial Center, condomínio da fina flor da burguesia cearense. Um carro preto de vidros fumê estava estacionado na frente do grande arranha – céu e dentro dele, um indivíduo a observar toda a movimentação feita por carros de luxo como Mercedes, BMW e Ferrari. No seu caderninho de anotações descreveu os carros com suas respectivas descrições, incluindo os números de placa. Logo após, pegou o seu celular e falou:

- Está tudo certo, Mercedes Bens, azul- marinho, placa HVW 4176; BMW cor presta, placa HWY 4170 e Ferrari F500, cor vermelha, placa KFG 2743. Pode iniciar a operação.

- Copiado Águia Azul, Câmbio desligo.

O porteiro do Imperial Center, seu Miguelito, era respeitado por todos os condônimos ( deputados, empresários, executivos, e seus Quincas, ganhador da Mega Sena , que morava na cobertura ) por seu caráter , competência e medidas de segurança. Ele não permitia em nenhum instante a entrada de estranhos sem a autorização dos moradores.

Numa noite, por volta de umas dez horas, Andre, Michael e Sara, três amigos que eram filhos abastados de grandes empresários residentes no luxuoso condomínio, saíram para uma festa na mansão de outro amigo. Cada um deles foram em seus carros importados. Alguns minutos se passaram após a saída dos pequenos milionário, quando, de repente, de dentro do carro preto a três blocos de distância do arranha-céu, o elemento liga para confirmar a visita surpresa aos opulentos condôminos:

Os três carros referentes às descrições que te passei dois meses atrás já partiram, os moleques abastados pelo visto irão pernoitar em uma festa na Mansão Castelo Branco. Logo dará tempo para cumprir nossa missão.

Ao outro lado da linha, o comparsa falou titubeando:

- Passaremos mesmo o rodo neste castelo de magnatas Águia Azul? A operação dará certo?

- Claro porra!! Tudo foi milimetricamente estruturado. A Polícia está em greve, grampeei o telefone desses moleques com a ajuda de Toninho, funcionário da telefônica, e ainda mais os carros estão idênticos com os deles. Ainda bem que os carangos têm vidro fumê. Traga os homens agora.

- Tudo bem, levarei a moçada agora mesmo.

Uma hora depois caiu uma tempestade, seu Miguelito estava na sua gurita quase dormindo quando ouviu a buzina da BMW de Sara, e, logo atrás estavam a Mercedes de Michael e a Ferrari de André. Abriu o portão para eles esbanjando um simpático sorriso e disse:

Como vai pessoal, chegando tão cedo!

Logo que estacionaram no subsolo, desceram quinze homens fortemente armados. Todos com balacrava para não serem identificados. Um deles foi sorrateiramente até o pobre vigia e, na surdina, o rendeu dizendo:

- Comigo está tudo ótimo meu querido e estou chegando cedo para fazer uma limpeza nesses porcos capitalistas!!

Oh! Meus Deus!! Tenha misericórdia de mim!!

BUUUMMMM!!!!

O pobre porteiro caiu desmaiado com um golpe desferido com o cabo da metralhadora contra o seu rosto e o trancaram em um depósito.

Desde então o crime se consumou em plena duas horas da manhã, a corja foi subindo aos apartamentos de um por um e levando jóias, dinheiro, cartões de créditos etc. Para não serem apanhados, tinham cortado o telefone e a rede elétrica. Não permitindo que ninguém pedisse socorro.

Depois que roubaram quase todos e mantendo os moradores de refém, um deles disse:

- Está faltando fazermos uma visitinha ao nosso novo amigo milionário da Mega Sena na cobertura!

Subiram ao décimo quinto andar e arrombaram a porta sem fazer muito ruído e entraram em uma sala enorme. Apareceu o pobre Quincas sobressaltado e correu para pegar o seu revolver. Quando ia atirar, um dos capangas deu três tiros um uma arma silenciosa e ceifou a vida do nobre milionário. A pobre esposa ficou desesperada e caiu aos prantos ao lado do moribundo marido. A corja levou as suas jóias, muito dinheiro e diamantes que havia em um cofre no quarto do casal. Após o delito, partiram sem deixar nenhuma suspeita.

Na manhã do dia seguinte, os três filhos bastardos chegaram em seus carros luxuosos e, aproximando-se do prédio onde estavam, avistaram um porrilhão de policiais que tinha saído da greve e algumas ambulâncias, levando os corpos do pobre recém milionário e de seu Miguelito.

Raphael Barbosa Lima Arruda