Quem não cola, não sai da escola???

“Quem não cola, não sai da escola”

Todos conhecem esse ditado, bom assim acreditava, até que um dia na sétima série do antigo 1° grau um colega nosso, resolveu que daquele dia em diante as provas feitas por "Ele" seriam preenchidas apenas com os seus "conhecimentos". Estranhamos a atitude, principalmente vinda dele, que não tinha o hábito de estudar.

- “A cola não faz mais parte do meu currículo escolar” – disse “Ele” –

A semana de avaliações estava próxima, o que deixava todos os estudantes alvoroçados, menos “Ele”, calmo, como estivesse tudo na ponta língua. Enquanto nós, procurava-mos todas as maneiras possíveis de colar e claro ir bem nas provas, tendo para cada disciplina uma estratégia diferente, uma forma de tentar ludibriar os professores.

Ainda tentamos convencê-lo a desistir da sua “loucura”, mas “Ele” estava irredutível, nada mais podia ser feito, agora era apenas aguardar as provas e por em prática as colas mais mirabolantes, e dessa maneira esperamos até a semana fatal, conscientes de que tudo estava sob controle, “menos Ele” (que resolveu estudar no fim de semana), relaxamos e aproveitamos e bem o fim de semana.

Segunda-feira enfim chegava, junto com aquela euforia, uma ansiedade (sabe aquele friozinho na barriga???), mas certos de que tudo encontrava-se na mais perfeita ordem, o “filho da mãe” chegou todo confiante, olhar ao horizonte, gestos calculados, demonstrava uma tranqüilidade fora do normal, entreolhamos sem entender nada (Meu!!!!! Prova de matemática, sabe o que é isso????).

E assim aconteceu durante toda a semana, do mesmo jeito, uma calma estrondosa, que nos deixava nervosos e confusos, em cada disciplina colocava-mos em prática todas as colas criadas, de vez em quando levantava-mos a cabeça em sua direção, e lá estava "Ele" concentrado respondendo as questões.

No fim de cada avaliação, conversava-mos sobre as perguntas e a dificuldade de respondê-las, mesmo com as colas, e “Ele” sereno dizia apenas: “estava um pouco difícil, mas acredito ter ido bem”. Outro fim de semana chegava, agora era aguardar as notas e, aliviados pelo fim da pressão, combinamos de aproveitar o Sol com uma bela praia, até “Ele” satisfeito com o seu possível desempenho topou ir.

Mais uma segundona “braba”, a ansiedade agora era saber dos resultados, as notas???? De 08 pra cima (o colinhas salvadoras), só alegria entre o grupo, menos “Ele”, olhar cabisbaixo, choroso, desolado, nem preciso dizer o que aconteceu né??? A mais alta foi um cinco e raspando, ria-mos dele ou chorava-mos com “Ele”??? Como diz uma dupla sertaneja: “Amigo é amigo, FILHO DA P... É FILHO DA P...”.

Consolamos “Ele” dizendo que pelo menos tinha tentado fazer o seu melhor, que não necessitava ficar envergonhado, nós que colamos, nós que devia-mos estar envergonhados, aos poucos a sua auto-estima melhorava e nada melhor que uma festa para esquecer, aproveitando o seu próprio aniversário.

Nunca mais “Ele” quis saber dos seus “conhecimentos”, até o término do ensino médio “Ele” era o primeiro a habilitar-se a criar as colas, uma melhor que a outra (ficou tão traumatizado que se especializou nisso), vira e mexe perguntava-mos a “Ele” se não iria utilizar os seus “conhecimentos???” A sua resposta??? Um sonoro palavrão.

Por isso que o ditado acima continuará tão atual, “QUEM NÃO COLA, NÃO SAI DA ESCOLA”.

Hahahahahahahahahahaha!!!!!!!!!!!!!!!!!

Regor Illesac
Enviado por Regor Illesac em 18/05/2009
Código do texto: T1600119
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