...QUANDO AS ESTRELAS SE MULTIPLICAM...

Eu te perdôo por não ter segurado minha mão quando criança ao sair da escola, éramos apenas crianças e não sabíamos o que era aquilo que todos chamavam de amor. E agora, o que nós sabemos sobre o amor além da dor cortante que fica toda vez que abrimos os olhos pela manhã? Eu já procurei a resposta no lindo sorriso que te escapa toda vez que me vê, mas todo o sentido fica disperso em nossas atitudes, em nossa falta de atitude pra dizer a verdade. Você me perdoou por eu ter errado a boca que eu beijei, mas e o que eu sentia não importava? Quando eu mais precisei de companhia você pediu para me concentrar no trabalho para afastar a confusão daqueles dias mórbidos de um Maio qualquer. Eu te perdôo pelo bilhete de despedida que me deixou, mesmo sabendo que me veria todos os dias, não fosse o fato de eu aprender como desaparecer. Entre outras tantas coisas que aprendi, digo que é impossível permanecer invisível pra sempre, e que tudo na vida é um ciclo e que algumas coisas acontecem independente da nossa vontade, se repetindo para o bem e para o mal. Horas atrás acordei ao lado dela, e ultimamente tem sido como acordar de um bom sonho, e isso de certa forma é muito ruim, pois também sempre acaba quando se acorda. Faz frio e o céu está absurdamente bonito, mas confesso que as estrelas agora se multiplicam, e se multiplicam mais e mais, e eu queria que tudo isso terminasse com outro tipo de brilho, quem sabe em algum momento esse círculo não se rompe. Eu te perdôo por sempre me dar os melhores minutos de minha vida...