REEDITANDO;O CHATO
O CHATO
O cara era chato. Coloque chato nisso.
Era tão chato que, não precisava de chave, passava por debaixo da porta.
Quando chegava em uma rodinha de gente, o pessoal se dispersava rapidinho. Até santo, na igreja dava um jeito de sumir por uns tempos quando ele entrava, só para não ouvir a mesma ladainha. O cobrador do ônibus quando o via entrando dava um jeito de conferir o caixa, ou fazer alguma coisa só para dizer que no momento não dava para conversar.
Qualquer festa, que desse para ver o seu nome na lista, era aquele fracasso, não ia ninguém.
Mas o auge dessa chatice foi no dia do seu casamento.Igreja vazia, padrinhos ausentes, noiva não veio. Nem padre tinha. Santos, imagens, nem pensar.
Ai o chato viu um espelho e não titubeou. De frente para o espelho falou: “Cara, o que há de errado comigo?”
E a imagem respondeu:
“Pô! Eu pensava que era chato, mas você me surpreendeu!”
E dizendo isso, a imagem, simplesmente, desapareceu!
José Romeu