SEM SONHOS E SEM DORES

Madrugada.

Més de Setembro.

Ano 2000.

Nem todos dormem.

Da minha janela vejo pessoas ativas,

lavando coisas na cozinha, como se fosse hora do almoço.

Luzes se acendem e se apagam.

São pessoas que vêm e que voltam.

Escuto carros passando.

São pessoas indo ou vindo.

Penso que todas elas têm uma mão prá segurar,

Que estão sorrindo e conversando alegremente.

Já dormi profundo e acordei,

Cheia de pensamentos, mas com coração leve.

Não carrega angústias.

Não sei se penso em você ou na sua ausência.

Não sei se é saudade ou solidão

Mas penso em você.

Não pelo que me dedica,

Mas pelo que não me deixou conquistar...

Talvez pelo que interrompeu sem finalizar,

Pelo menos aqui dentro...

Sinto vontade de abraço.

De braço envolvendo meus ombros,

de cabeça encostada e de silêncio prá olhar a noite.

Estas pessoas que acendem e apagam luzes,

que vêm e vão no barulho da noite,

não me pertencem nem me têm.

Elas vêm e vão, mas meu coração continua vazio,

Inclusive de emoção.

E eu ainda penso em você

(mas o coração está vazio)

Sem sonhos e sem dores,

Sem amor e sem ilusão,

Com a sensação do incompleto,

Do que não deixou acontecer,

Do que não despertei conhecer,

Do que não me deixou conquistar em você.

GLAUCIA TASSIS
Enviado por GLAUCIA TASSIS em 16/05/2009
Reeditado em 17/05/2009
Código do texto: T1598245
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