A verdade vergonhosa
Edson Gonçalves Ferreira
Toda hora, escutamos histórias de pessoas que, mesmo com plano de saúde, mesmo querendo atendimento particular, ao chegar nos hospitais do Brasil, precisam ficar esperando leito e, às vezes, as famílias entram em desespero, porque o paciente corre risco de morte. Esse fato é tão trivial que atinge pessoas de todos os níveis: dos mais pobres aos mais abastados e, portanto, hoje, resolvemos fazer uma crônica sobre essa verdade vergonhosa que muitos, que lidam na área da Saúde, não admitem, por motivos alhures
Estamos cansados de pagar taxas e impostos e, agora, pedágio para ir e voltar até Belo Horizonte e, ao mesmo tempo, ver que não somos atendidos no que, segundo reza a Constituição teríamos direito: à alimentação, vestuário, higiene, educação e saúde. O salário-mínimo não garante isso e, tampouco, os salários dos aposentados que, depois de 35 anos de contribuição, ficam recebendo uma mixaria e, lá em cima, o presidente quer emprestar dinheiro para o FMI e, agora, cobrar imposto da nossa poupança.
Em Divinópólis, embora existam hospitais bons, há falta de vagas. Entre esses hospitais, existe o Hospital São João de Deus e, ao seu lado, o Hospital do Câncer, mas, infelizmente, o "São João de Deus" já não suporta a demanda. Trata-se de um hospita sério, brilhante e que, agora, já começou seus planos para ampliação, para aumentar o número de leitos e melhor atender os seus pacientes seja pelo SUS ou Planos de Saúde ou particularmente.
Aliás, se você, leitor(a), quiser contribuir para a construção dos novos prédios do Hospital São João de Deus, não se acanhe, telefone para o Irmão Ronan ou para Dr. Alair e qualquer contribuição será bem-vinda. Não podemos ficar esperando os "homens" lá de cima, porque eles se julgam poderosos demais para preocupar com a saúde de nós, o zé-povinho.
Assim, sinto náuseas ao escrever essa crônica, ciente de que secretários de saúde, agentes de saúde, ministro da saúde (escrevo com minúscula, porque eles não merecem a maiúscula), não agem e destinam verbas condignas tanto para a Saúde e para a Educação. São duas áreas que deveriam ser a menina dos olhos de qualquer governante, mas não, ele, o presidente está mais preocupado em viajar pelo mundo e se exibir, enquanto o seu povo morre em filas, em incontáveis filas. Essa é a verdade vergonhosa, gente!
Divinópolis, 16.05.09