A AMIZADE É INIMIGA DO DINHEIRO GRANDE
“Pai, não é só pancada que causa traumatismo craniano. Filosofia também” .Esta frase foi dita pela filha do recantista José Claudio e ele transcreveu num comentário que fez em um texto meu.
Pois é, José Claudio, sua filha tem razão, mas acredito que não é só o pensar filosófico, palavras e atitudes também causam traumatismo. Você citou sua filha e eu vou citar uma criança de quatro anos chamado Rubens Neto, que perguntou para sua mãe Yasmine, minha amiga, o seguinte: “mãe você sabe para quem o dinheiro grande fala? Para quem não conhece a moedinha de ouro da amizade”. Incrível que uma criança de quatro anos tenha dito isto, não é? Mas disse.
Há dias venho refletindo sobre a tal da “moedinha de ouro da amizade” e cheguei conclusão que “o dinheiro grande” não fala comigo, conheço a “moedinha” . Isto me faz lembrar uma lenda árabe, que li, faz tempo e como na litaratura árabe, que conta a história é dona dela, vou contar sem pedir licença nem citar o autor, que desconheço.
Conta uma lenda árabe que dois amigos viajavam freqüentemente pelo deserto certa vez discutiram, brigaram e um esbofeteou o outro. O que apanhou sem nada dizer escreveu na areia "Hoje, meu melhor amigo me bateu no rosto". Mais tarde fizeram as pazes e seguiram viagem. Chegaram num oásis resolveram tomar banho. O que havia sido esbofeteado começou a afogar-se, sendo salvo por seu amigo. Quando se recuperou escreveu numa pedra "Hoje meu melhor amigo salvou minha vida". Intrigado, o outro perguntou:“- diga-me; por que depois que bati em você escreveu na areia, agora que te salvei a vida escreveu na pedra?” Sorrindo, o outro respondeu:“- Quando um grande amigo nos ofende, deveremos escrever na areia, onde o vento do esquecimento e do perdão se encarregam de apagar. Mas quando nos faz algo grandioso, deveremos gravar na pedra da memória do coração, onde nenhum vento do mundo poderá apagar!”