Resgatando no Passado

Visitando uma família amiga no final de semana, como não fui atendido ao tocar a campainha, adentrei pela entrada principal que estava entreaberta e notei que três crianças corriam pela ampla sala. Uma com um cabo de vassoura, outra com a bengala da avó e a terceira com o sapato alto da mãe, simulando uma arma em punho, atirando nas outras duas que se digladiavam numa simulação de luta de espadas.

Tudo isso ao som, acima de 100 debicais, de uma TV, cuja emissora programara um desenho animado apresentando lutas dos velhos samurais contra uma gama de monstros tronculentos e nojentos, espelindo saliva juntamente com pedaços de carne de seu opositor, em uma luta mortal.

Os poucos minutos que ali fiquei observando essas cenas, não fui notado, tamanha era a concentração das crianças em reproduzir a violência exibida pela TV, e me questionei se não poderíamos nós, educadores, estarmos fazendo algo para que pudéssemos diminuir essa violência e aproveitarmos essa energia desperdiçada das nossas crianças e adolescentes.

Talvez buscando no passado brincadeiras menos violentas, com pitadas de inocência que nossos antepassados e nós mesmos fazíamos uso, nos parques, nas ruas, dentro da comunidade, mesclando faixas etárias completamente diferentes onde avós participavam com filhos e netos numa integração total.

Não seria uma boa idéia pedir para nossos pais e avós serem multiplicadores de uma época mais fraterna, onde quem tinha um vizinho nunca se sentia sozinho, ao contrário dos dias de hoje, que mal sabemos quem mora ao lado?

Que tal trazermos essas pessoas para que dentro de espaços educativos, ( do clube, da escola, dos lares, das associações amigos de bairros, das igrejas) resgatem essas brincadeiras junto aos nossos monitores e nossas crianças, tais como: amarelinha, passa anel, mãe da rua, fábrica de pipas, esconde-esconde, pula corda, cabra cega, fubeca, balança caixão, queima, mãe rica mãe pobre, pedrinha, escravos de jó,cabo de guerra etc.

Este resgate com certeza trará a tona um clima de interação, menos viole-

to, com formação de um ambiente sadio , cooperativo e menos competitivo.

lucchini

lucchini
Enviado por lucchini em 15/05/2009
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