A dengue e a fé
A dengue é uma doença que está preocupando as autoridades sanitárias do País, e está pautada na grande imprensa que, às vezes, dá um tom de catástrofe ao problema, como só a imprensa gosta de fazer para vender notícias. No rastro do negócio da dengue, ganham os fabricantes de bombas e carros fumacê, que, segundo especialistas, não combatem o foco do problema que são as larvas do mosquito, pois o veneno só alcança o tal aeds egipty, e mesmo assim de forma parcial. Também faturam os fabricantes dos inseticidas e outros ramos de negócio.
Os governantes brigam pra saber quem é o pai da dengue. Uns dizem que o pai da dengue é o prefeito, outros insistem que é o governador, que por sua vez passa o título de paternidade ao presidente Lula. Uns acham que a culpa é nossa, porque não esvaziamos os depósitos de água ao relento e não votamos em pessoas responsáveis.
Diante da epidemia de dengue que mata no Rio de Janeiro, muitas soluções têm sido apresentadas. Larvicida, fumacê, tendas de hidratação, hospitais de campanha, anúncios na TV e outdoors na tentativa de esclarecer a população quanto ao combate dos focos do mosquito. A notória Igreja Universal do Reino de Deus oferece um “santo óleo” para combater a doença. Num panfleto intitulado "Proteção divina contra a dengue", a Igreja conclama os fiéis a se concentrarem nas dependências da suntuosa "Catedral Mundial da Fé", onde receberão um "cálice com o óleo santo" para que "todos sejam livres desta epidemia". No verso do folheto, um espaço para que o fiel possa listar as pessoas que serão agraciadas com a "oração da proteção".
“Como a Igreja Universal se preocupa com todos os males que afetam a sociedade, o bispo Edir Macedo, em seguidas reuniões, tem alertado a população sobre a prevenção da dengue e orado a Deus para que livre o povo da doença. Em uma das recentes reuniões foram distribuídas, na Catedral, 10 mil capas especiais para caixas d’águas, que servem para cobri-las e assim evitar a proliferação do mosquito. Mas estas não substituem as tampas, só servem provisoriamente”, informa o site da Igreja Universal. Não fala no tal “santo óleo” matador de mosquito.
Sobre o assunto, remeto para notícia recente que vem da Inglaterra: “nova lei britânica do consumidor afeta médiuns”. O Governo diz que quer pegar apenas 'comerciantes desonestos' Um grupo de médiuns e videntes da Grã-Bretanha vai realizar um protesto contra uma nova lei de proteção do consumidor que deve facilitar os processos em casos de clientes insatisfeitos com seus serviços. Segundo Naomi Grimley, correspondente da BBC, como alguns destes videntes cobram pelas consultas, a nova lei passará a classificá-los como "comerciantes".
As novas regras da União Européia têm o objetivo de proteger todos que forem enganados por comerciantes, não importando qual a mercadoria que está sendo vendida. As mudanças serão colocadas em prática a partir de maio.
Alguns médiuns já começaram a divulgar, em suas propagandas, alertas em que se eximem de responsabilidades, como por exemplo: "isso é apenas uma experiência, os resultados podem não ser garantidos". Segundo Carole McEntee Taylor, uma das fundadoras da Associação dos Trabalhadores Espirituais da Grã-Bretanha, teme que clientes insatisfeitos possam entrar com processos, caso os resultados não sejam os esperados. Para Taylor, o que videntes e médiuns praticam é espiritualismo, uma religião, e, assim como todas as outras religiões, suas práticas não deveriam exigir provas. "Ao colocar nossa religião sob a lei de proteção do consumidor, estamos sendo discriminados, pois estão nos dizendo no que podemos acreditar", afirmou. Faz sentido...