Quadros de Amor

Ali estava você, imóvel num canto da sala com um lindo vestido preto cobrindo sua linda silhueta, aguçando minhas fantasias. Aproximei sorrateiramente, e não resisti ao seu encanto. Quase sem sentir me vi deslizando minhas mãos carinhosamente em seu corpo, caminhando sem pressa, com carícias preliminares, ao sabor do querer, fruto de um louco desejo. Naquele momento éramos apenas um. Tudo era harmonioso, o tempo parava para nos observar. Nossos corpos se tocavam, nossas almas se uniam, era pura magia, instantes de rara beleza. Um belo quadro de amor. Possuía em minhas mãos algo jamais imaginado : sua sensual beleza. Meus olhos estavam deslumbrado com tamanha visão. Você parecia um quadro de Renoir, pincelado com a sensibilidade e a delicadeza daquele peculiar pintor. Às vezes você me lembrava a força e o mistério de Van Gogh em seus momentos de lucidez ou quem sabe, de extrema loucura .

Extasiado, era difícil descrever o que eu sentia naquela momento. A cada toque, você respondia com doce palavras e sorrisos que iluminavam toda a casa. “Você era linda, mais que demais”. Não precisávamos trocar muitas palavras, pois nossos corações se entediam, nossos corpos se encaixavam, nossas almas se completavam. Fiquei distante de tudo e de todos, embebido pelo seu amor.

De repente uma voz me tira do transe.

–Papai! papai! deixa o violão e vem brincar comigo!. Assim, deixei o meu violão e caminhei até o quarto do meu filho que me aguardava ansiosamente.

Ficamos ali várias horas conversando, brincando, sorrindo, trocando afagos. Formamos também um lindo quadro, uma linda visão de amor e carinho.

.

Roberto Passos do Amaral Pereira
Enviado por Roberto Passos do Amaral Pereira em 09/05/2005
Código do texto: T15953